Foi-se o tempo em que os diplomatas eram personalidades com poderes reais para executarem as políticas externas de seus respectivos de governo, com autonomia e espaço para decisões que às vezes determinavam o rumo da História.
Com a complexidade do mundo atual, a diplomacia perdeu um pouco de sua proeminência e muitas das questões ligadas à relação entre os estados passaram a ser delineadas diretamente, até sem a assessoria dos respectivos Ministérios das Relações Exteriores, nos gabinetes dos governantes executivos, condicionadas aos aspectos políticos de interesse, e, com isso, o diplomata, embora ainda importante para dar liga a essa decisões, se transformou em um mero funcionário público, sem passar de um co-adjuvante nas complexas resoluções emanadas dos setores realmente responsáveis pelo destino das interações internacionais.
Assim, uma escaramuça envolvendo tais funcionários merece ser comparada a uma briga com puxões de cabelo e, no recente incidente envolvendo diplomatas do Brasil e Israel, pode-se considerar irrelevante a convocação do embaixador brasileiro e também irrelevante a resposta do representante de Israel, ao tachar o Brasil de diplomaticamente irrelevante.
26 de julho de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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