A copa ainda não acabou mas a ferocidade do que vem por aí no campo político já dá arrepios.
Lula, com manifestações incitadoras ao ódio do qual ele, a partir do momento que iniciou seu governo, foi um dos principais alimentadores, através do uso recorrente do "nós e eles", embora hoje se perceba que está mais para "eles" do que para "nós", com suas falsas indignações pelos recentes xingamentos à presidente, modalidade por ele inaugurada, quando estava em campanha para ascender à presidência, que deixou mas não largou, ele, Lula, está a mostrar que não medirá esforços ao usar a desídia, a dissimulação e a atribuição de culpa por qualquer dificuldade do país, aos que o criticam.
São prenúncios de uma campanha desesperadora por parte de quem vê que está cada vez mais difícil convencer através de velhos clichés.
Ao afirmar que os que xingaram e vaiaram pertencem a classes privilegiadas, esquece-se que a copa foi por ele parida, conhecedor que era de que o acesso do público seria restrito, como aconteceu em todas as sedes, depois que a FIFA, como próspera corporação financeira na qual se transformou após a gestão de Havelange, assumiu o controle total do espetáculo.
Estamos diante de uma metamorfose, não ambulante, mas mirabolante, que não sabe de nada, não se lembra de nada e vem para a campanha eleitoral visando à reeleição de um de seus mais desastrosos postes, com todas as garras de que dispões e com toda a capacidade de enganar, arte na qual foi mestre exímio.
Como já dizia o historiador Max Hastings, referindo-se ao clima de calma aparente que antecedeu a eclosão da primeira guerra mundial, em 1914, há "um sentimento de que os eventos estão no ar".
Só nos resta já sentir saudades do antes e advertir "imagine após a copa".
17 de junho de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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