"O jogo é muito pesado, o governo atuou, os presidentes de partido e as pessoas ligadas ao evento. É desanimador ver que não há preocupação do Congresso com a fiscalização destes gastos", palavras do Deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), autor do do pedido da CPI da Copa, ditas em agosto de 2013, quando o pleito foi sepultado pela retirada, no Senado, à ultima hora, das assinaturas de quatro senadores.
Os absurdos recursos bancados para sediar o evento, pelo contribuinte de um país onde todos os serviços públicos prestados obrigatoriamente pelo seu governo são de qualidade deplorável, deveriam, caso dispusesse de uma sociedade consciente e minimamente educada, ser alvo de um exame detalhado, com o objetivo de identificar, apurar, corrigir e punir, se preciso, os responsáveis pelos desvios e desmandos que ocorreram, claramente evidenciados pelas enormes discrepâncias entre a despesa esperada e o que realmente, há quase um ano, já havia sido gasto na construção de estádios, muitas vezes localizados em regiões onde o futebol não apresenta o menor atrativo.
Mas nessa terra de Pindorama, onde quatro indivíduos, movidos não se sabe por quais interesses, decidem na última hora mudar de opinião, tal investigação foi rapidamente arquivada e, pior, a população não esboçou o menor gesto de reação.
São evidências claras de que, como povo responsável pelo próprio destino, dentro de preceitos democráticos, temos um longo caminho a percorrer.
Rezemos para que o país sobreviva à tormenta eleitoral que se aproxima e comece a mudar esse melancólico cenário.
12 de maio de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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