"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

NÃO HOUVE REAÇÃO


 

 
"O jogo é muito pesado, o governo atuou, os presidentes de partido e as pessoas ligadas ao evento. É desanimador ver que não há preocupação do Congresso com a fiscalização destes gastos", palavras do Deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), autor do do pedido da CPI da Copa, ditas em agosto de 2013, quando o pleito foi sepultado pela retirada, no Senado, à ultima hora, das assinaturas de quatro senadores. 
 
Os absurdos recursos bancados para sediar o evento, pelo contribuinte de um país onde todos os serviços públicos prestados obrigatoriamente  pelo seu governo são de qualidade deplorável, deveriam, caso dispusesse de uma sociedade consciente e minimamente educada, ser alvo de  um exame detalhado, com o objetivo de identificar, apurar, corrigir e punir, se preciso, os responsáveis pelos desvios e desmandos que ocorreram, claramente evidenciados pelas enormes discrepâncias entre a despesa esperada e o que realmente, há quase um ano, já havia sido gasto na construção de estádios, muitas vezes localizados em regiões onde o futebol não apresenta o menor atrativo. 
 
Mas nessa terra de Pindorama, onde quatro indivíduos, movidos não se sabe por quais interesses, decidem na última hora mudar de opinião, tal investigação foi rapidamente arquivada e, pior, a população não esboçou o menor gesto de reação. 
São evidências claras de que, como povo responsável pelo próprio destino, dentro de preceitos democráticos, temos um longo caminho a percorrer. 
 
Rezemos para que o país sobreviva à tormenta eleitoral que se aproxima e comece a mudar esse melancólico cenário. 
 
12 de maio de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

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