O Brasil não tem administradores públicos. Os que estão à frente do Estado, na maioria, procuram apenas se locupletar, fazer o pé-de-meia e correr para casa com a aposentadoria garantida assim que as tetas começam a se exaurir por múltiplas razões. Sempre foi assim. O problema, agora, é que a internet é dada a exibir o despreparo brutal da maioria dos ladrões que nos governam, causando incômodo.
Não foi à toa que Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais, criador e pai do mensalão gerido pelo empresário Marcos Valério, tentou censurar a internet por todos os meios, até renunciar ao mandato de deputado federal, no último dia 19/02. O PT desenvolveu a ideia de Azeredo, com maestria, e desviou milhões e milhões de reais dos cofres públicos, até ver a cúpula partidária condenada em interminável julgamento.
Hoje, o PT se dedica a mais esta tarefa inglória: tentar censurar a internet para que os seus integrantes continuem tranquilos a desviar recursos financeiros que deveriam ser destinados à Saúde, Educação e outros que tais. PT e PSDB e a maioria das siglas partidárias que aí se encontram estão alojadas no mesmo saco! Basta chegar ao poder para mostrar a que vieram. Nossas instituições são fracas e desmoralizadas.
Veja-se o julgamento do mensalão: não fosse a presença decidida do ministro Joaquim Barbosa e os larápios envolvidos não teriam sido condenados. Foi a relatoria de Barbosa que pôs a nu os esquemas, vínculos e ligações. Mas, no final, quando se pretendeu bater o martelo final, eis que dois ministros se aposentam, obedecendo ao ditame da compulsória (70 anos), sendo substituídos por duas figuras que terminaram por frustrar todo o processo.
Mas antes de Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso apresentarem o ar de suas graças no STF, houve um momento decisivo em que o processo sofreu grande revés: foi quando o louvado decano da Casa, Celso de Mello, apadrinhado do ex-ministro da Justiça Saulo Ramos (governo Sarney), decidiu com seu voto a admissão dos chamados “embargos infringentes”.
Não fosse Celso de Mello (a quem o mesmo Saulo Ramos classifica como “juiz de merda”, no livro Código da Vida), o julgamento do mensalão teria findado já há um bom tempo e nem se iria discutir mais a manutenção na prisão ou não daquela significativa parcela de assaltantes dos cofres nacionais. Os nossos homens públicos são assim: quando chamados a decidir questões cruciais, perdem-se em firulas capazes de dar nó na língua e nos mecanismos de recepção auditiva.
Pois bem: suas excelências não conseguem avaliar quão difícil é a situação do país bem como o que ora acontece no plano ambiental mundial (boa parte insiste ser culpa do homem), nem possível e desastrosos desdobramentos de todo o funesto quadro. O racionamento de energia do país, por exemplo, já deveria ter sido discutido lá atrás, mas todos ficam esperando a boa vontade dos céus, com chuvas que não virão. Os fatores que determinam a atual situação lhes são também desconhecidos.
O Brasil não dispõe da menor condição de recepcionar uma Copa Mundial de Futebol, que tem apenas visível apelo eleitoreiro, nas bravatas de um ex-presidente amoral sem preocupação nem noção da realidade que nos cerca. As mudanças climáticas que ora se observam acontecem a cada 11 mil e 500 anos e se chama “Era Glacial”. Ainda tem muita coisa ruim a caminho, inclusive apagão elétrico que se fortifica na ineptidão dos diversos setores governamentais.
De resto, estará feliz quem não for confundido com a maioria dos governantes e dirigentes que aí se encontram. Parecer com essa gente será motivo de gravíssimos estorvos quando vier a cobrança nas ruas. E esta virá logo, não vai demorar a chegar.
18 de março de 2014
Márcio Accioly é Jornalista.
Márcio Accioly é Jornalista.
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