"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 19 de janeiro de 2014

A POLÍTICA COMO FARSA

 

No teatro da vida a farsa sempre esteve presente. A hipocrisia, a mentira, a simulação, a impostura, a bajulação ajudam os vencedores da arena da existência, sobretudo, se são dotados da retórica capaz de iludir e convencer.

Na atualidade o famigerado “politicamente correto”, que exclui valores, embaça percepções e nivela por baixo para atingir o que Alexis de Tocqueville denominou de “males da igualdade”, elevou ao máximo a farsa como modo de escapar ao julgamento negativo da maioria.

A pessoa diz o que se quer que ela diga e não o que pensa ou sente.
Na política, palco máximo da simulação, a farsa nunca esteve tão exacerbada na medida em que conta com o poderoso auxílio da propaganda, que se sofisticou e se disseminou através dos meios de comunicação especialmente os televisivos.

Esse ápice da arte de fingir chegou ao nosso país com o governo petista que, finalmente, conseguiu marqueteiros aptos a esculpir imagens ou confeccionar máscaras para compor personagens ideais e palatáveis ao gosto popular.

Assim, Lula da Silva, sindicalista esperto, verborrágico, afeito a retórica de porta de fábrica, vestiu a roupagem do operário pobrezinho, necessário à ideologia de esquerda que precisava de um representante do proletariado e, num passe de mágica virou estadista.

Nada mais longe da verdade, pois Lula de fato é um semianalfabeto que de pobre não tem mais nada, um populista ambicioso e sem escrúpulos que venceu pela sorte e não pelo valor. Sua fala vulgar, rudimentar, grotesca, algo circense provocou o sentimento de identidade com a massa, que sendo culturalmente necessitada de proteção viu nele o pai generoso a distribuir caridades oficiais que livraram os mais pobres da “maldição” do trabalho.
Mas ai de quem disser essas coisas do “líder”, imediatamente é tachado de preconceituoso e marcado com novos significados de certos termos inventados pelo PT.
 
Por exemplo: fulano é da elite. Elite quer dizer produto de qualidade, mas na “novilíngua” petista passa a significar rico e, portanto, mau.
As pessoas não percebem que os mandarins do PT estão riquíssimos e que Lula é o queridinho dos banqueiros, dos empresários dos empreiteiros que, aliás, sustentam suas ricas campanhas.

Sicrano é de direita. Direita é outro termo no linguajar petista que estigmatiza quem é assim chamado. Ser de direita ensina o PT é ser atrasado, neoliberal, mau-caráter, aquele que odeia os pobres.
O bom é ser de esquerda, aquela bem totalitária, que matou milhões em nome da causa, impediu a liberdade, infelicitou, oprimiu e igualou o povo na miséria conservando a rica classe dirigente. Curiosamente, o PT nunca conseguiu definir seu socialismo e sua classe dirigente adora gozar das delícias da burguesia.

Do alto de sua arrogância o boquirroto Lula, que gosta de ensinar ao mundo como é que se faz para converter um país em paraíso, elegeu a primeira mulher presidente.
E daí? Ela é a mulher submissa, que não dá um passo sem obedecer ao seu dono e senhor, a gerente que não conseguiu tocar nem loja de R$ 1,90.

Vergada sob a herança maldita do seu mentor e de sua própria incompetência, Rousseff está conduzindo o Brasil pelos fiascos dos pibinhos que nos torna lanterninha dos BRICS, pela calamidade da inflação, pelo flagelo da inadimplência.
Mas ela não é a mãe do PAC? O PAC foi um aborto, uma ficção como a transposição do Rio São Francisco e tantas outras promessas não cumpridas.

Na véspera de 7 de setembro, a governanta veio à TV fazer sua propaganda política. Reconheceu que “ainda somos um país com serviços públicos de baixa qualidade”, como se isso não dissesse respeito a seu governo. Entretanto, o que Lula e ela fizeram para melhorar estes serviços nos seus quase 11 anos de poder?

Como o forte do PT não é autocrítica, Rousseff, na mesma performance se vangloriou de trazer os médicos cubanos escravos, doutrinadores ou não, que dão um bom lucro para Fidel Castro e, provavelmente, para o governo brasileiro.

A última da governanta foi no G20. Ela discursou tirando satisfações do presidente Obama sobre espionagem. Uma tentativa de levantar os brios nacionalistas brasileiros e se colocar como vítima. Quem sabe também de obter o assento na Comissão de Segurança da ONU, almejado pelo PT há longo tempo.
Ficou falando sozinha, pois os participantes estavam preocupados com o importante caso da Síria.

O fato é que o Brasil está longe de alcançar sua independência enquanto o povo continuar a votar nesse tipo de gente. E não se duvide que a bancada da Papuda, que deve aumentar caso os “mensaleiros” sejam presos, possa ser reeleita, apesar da cusparada que o Congresso Nacional deu na cara do país mantendo o mandato do deputado presidiário, Natan Donadon. Infelizmente, o ser humano ama a farsa e a pratica.

19 de janeiro de 2014
Maria Lucia Victor Barbosa é escritora e socióloga.

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