Lula queima imagem como colaborador do esquema de inteligência da repressão, na dita-dura militar
09 de dezembro de 2013
O mito Luiz Inácio Lula da Silva sofreu uma radical desconstrução de imagem, de forma midiaticamente ampliada, com o livro “Assassinato de Reputações – um Crime de Estado” (Editora Topbooks, 557 páginas, R$ 69,90). Graças à obra escrita pelo ex-delegado Romeu Tuma Júnior em parceria com o jornalista Claudio Tognoli, que será lançado esta semana, fica arranhada a noção de um Lula “democrata e lutador pela liberdade”.
O livro fortalece a versão (até então pouco conhecida e divulgada publicamente) de um Lula pragmático, puro sindicalista de resultados. Agora, Lula passou de vítima a colaborador do regime militar. Tuminha confirmou que Lula foi um informante que colaborava com a inteligência do Departamento da Ordem Política e Social, comandada pelo falecido delegado e senador Romeu Tuma, que servia de base à repressão operacional contra a esquerda dirigida pelo também falecido delegado Sérgio Paranhos Fleury (pintado pela esquerda como o maior demônio repressor da ditadura pós 64).
Não adianta convidar Luiz Inácio Lula da Silva para prestar esclarecimentos sobre sua ação como o informante “Boi” (segundo ex-agentes do DOPS) ou “Barba” (na versão de Tuminha). Na CV, simplesmente, Lula contará as mentiras de sempre. Alegará que tudo não passa de intriga da oposição e da mídia. Como Romeu Tuma e Sérgio Fleury não estão mais vivos para confirmar ou negar a versão de Tuminha, Lula simplesmente vai deixar o assunto morrer sob o rótulo de uma “grande calúnia contra um santo democrata que sempre lutou pela libertação do povo e do trabalhador brasileiro”.
Pela entrevista de Tuminha à edição 2351 da revista Veja, não vai ser fácil Lula driblar a verdade, como de costume. A reportagem perguntou quem mais saberia da história, além dele e de Lula, e Tuminha garantiu: “Meu pai está morto. Então, só eu e ele. Talvez alguma pessoa próxima a ele saiba. Digo e repito isso em público, pessoalmente e até no estádio do Pacaembu. Quero que o Lula se sente na minha frente e diga que é mentira. Tenho fotos com ele desde a época do DOPS. Ele e o meu pai tinham uma relação muito sigilosa. Se isso vazasse, os dois estariam mortos”.
A Veja perguntou se Tuminha tinha provas de que Lula foi colaborador da inteligência do DOPS. Tuminha detonou: “Não excluo a possibilidade de algum relatório do DOPS da época registrar informações atribuídas a um certo informante de codinome Barba. Era esse o codinome dele. Os relatos do Lula motivaram inúmeras operações e fundamentaram vários relatórios de inteligência para evitar confusões maiores com os movimentos daquela época”.
O que Lula informava para o pai de Tuminha só eles sabem. O certo é que Lula sofre a maior desconstrução de sua imagem como “informante da dita-dura”. E o filme tende a ficar ainda mais queimado quando chegar a hora de Lula ser forçado a se justificar, nas barras dos tribunais, todas as ações movidas contra sua íntima amiga e super-assessora Rosemary Nóvoa Noronha. Do Mensalão ele foi milagrosamente poupado. Mas assim que o PT perder o poder, a coisa tende a ficar feia para ele.
Lula não tem futuro, e sabe disto. E seu passado pouco conhecido, que agora vem à tona, vai atrapalhar ainda mais seu incerto presente. Sorte dele que o “General” Golbery do Couto e Silva – um dos que ajudou a inventá-lo como líder sindical para inviabilizar o retorno à política dos trabalhistas históricos – não deixou nada escrito sobre o assunto. Do contrário, Lula teria sua reputação de "democrata" ainda mais assassinada...
O negócio, que está ruim, poderia ser pior. Imagina se o Celso Daniel pudesse voltar do mundo dos mortos para contar tudo que sabe sobre os petralhas muito vivos que arquitetaram seu seqiuestro, tortura, sevícia e assassinato hediondo?
Releia o artigo: Como superar a Herança Maldita Petralha
Fora da Linha de Tiro
Vão com Deus...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor
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