Morre Nelson Mandela, “um dos maiores líderes morais e políticos de nosso tempo”
Minuto de silêncio – Ex-presidente da África do Sul e líder do movimento contra o Apartheid, Nelson Rolihlahla Mandela morreu nesta quinta-feira (5), em Pretória, aos 95 anos. A notícia foi anunciada pelo atual presidente sul-africano Jacob Zuma.Mandela esteve internado entre junho a setembro por conta de infecção pulmonar, mas retornou para casa após alta médica. “Ele partiu, ele se foi pacificamente na companhia de sua família”, afirmou o presidente. “Ele agora descansou, ele agora está em paz. Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso povo perdeu seu pai”, disse Zuma.
Durante as quatro complexas e difíceis internações, a fragilidade da saúde de Mandela ficou evidente nas últimas imagens divulgadas.
Chamado carinhosamente de Madiba pelos sul-africanos, Nelson Mandela foi preso por liderar a luta pelo fim do Apartheid, que durou entre 1948 e 1993. Durante período em que esteve preso, na ilha de Robben, na costa da Cidade do Cabo, Mandela trabalhou quebrando pedras em área anexa à prisão.
Mandela ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1993 e foi eleito, um ano depois, presidente da África do Sul, o primeiro negro a conquistar o mais alto posto do país africano.
Adorado por todos os conterrâneos, Nelson Mandela tem o seu nome em vários locais públicos. Quem conhece a África do Sul sabe o sofrimento que a ausência de Mandela provocará no povo de um país que é a locomotiva do continente africano.
Considerado o mais importante líder da África Negra, Nelson Mandela dedicou 67 anos da sua vida a serviço da humanidade. Ele trabalhou como advogado dos direitos humanos e foi prisioneiro de consciência, até se tornar presidente da África do Sul. Devolver ao país a o direito à igualdade sempre foi a sua missão, razão pela qual a Organização das Nações Unidas homenageou-o instituindo o Dia Internacional de Nelson Mandela, 18 de julho, dia do seu nascimento. A homenagem serviu também para valorizar em todo o planeta a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia.
Nascido em família de nobreza tribal, numa pequena aldeia que possivelmente viria a chefiar, Mandela desistiu de tudo e aos 23 anos decidiu seguir para Johanesburgo e atuar na política. Foi no vácuo dessa decisão que Madiba trocou uma vida de jovem do interior por outra de um rebelde universitário.
Já formado em Direito e morando na capital sul-africana, Mandela logo assumiu a liderança da resistência não-violenta da juventude em luta, acabando como réu em infame julgamento por traição. Foragido da polícia, o líder da África do Sul tornou-se o prisioneiro mais famoso do mundo. Ao reconquistar a liberdade, Mandela foi responsável pela refundação da África do Sul, que nos desde então nunca mais exibiu a criminosa discriminação racial que prevaleceu durante o regime do Apartheid.
Considerado por alguns como egocêntrico e criticado pelo fato de seu governo ter se aproximado de ditadores simpáticos ao Congresso Nacional Africano, a figura de Mandela, o ser humano que enfrentou dramas pessoais e permaneceu fiel ao dever de conduzir o país e seu povo à liberdade e à igualdade, suplantou qualquer eventual aspecto negativo.
Para o diplomata líbio Ali Abdessalam Treki, presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas de 2009 a 2011, Mandela foi e sempre será “um dos maiores líderes morais e políticos de nosso tempo”.
A morte de Nelson Mandela deixa a humanidade órfã de um dos seus mais brilhantes representantes. A sua ausência deixa um vácuo enorme no campo das relações humanas e da defesa do direito à liberdade e à igualdade. O mundo está de luto e chora.
07 de dezembro de 2013
ucho.info
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