"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 1 de setembro de 2013

POR DILMA, PT PROÍBE DIRETÓRIOS ESTADUAIS DE ENFRENTAR JOSÉ SARNEY, JADER BARBALHO E SÉRGIO CABRAL

Com a prioridade de reeleger a presidente Dilma Rousseff, a direção nacional do PT tem interferido nos planos eleitorais de seus diretórios estaduais com o objetivo de agradar aliados ou minimizar estragos.
A mais de um ano da eleição já há pelo menos dois casos de possível intervenção da direção nacional, ainda que informal.
No Pará, setores do partido resistem em apoiar a candidatura de Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho (PMDB), para o governo do estado.
No Maranhão, o comando nacional acompanha com atenção o racha petista quanto à manutenção do apoio ao PMDB da família Sarney.
 
No Rio de Janeiro, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, já entrou em campo para conter o pré-candidato petista ao governo do estado, senador Lindbergh Farias, que queria que o partido desembarcasse do governo Sérgio Cabral (PMDB) antes de outubro. O diretório regional do PMDB do Rio é o que tem mais votos na convenção nacional do partido, que decidirá o rumo na eleição para presidente da República em 2014.— Convencionamos com Lindbergh que não vamos tomar essa decisão (de sair do governo) antes de outubro. O mais provável é lá para dezembro — disse Falcão.
 
O presidente nacional do PT também já determinou ao diretório estadual do Pará o apoio à candidatura de Helder Barbalho. Além disso, Falcão se comprometeu pessoalmente com Jader, em jantar há 13 dias em Brasília. Além de reeleger Dilma, a prioridade da direção nacional do PT é aumentar as bancadas na Câmara e no Senado. Assim, o comando nacional está exigindo sacrifícios de sua base nas disputas para governador.
 
Desafiando a orientação nacional, o deputado federal Claudio Puty, pré-candidato petista a governador do Pará, disse, em artigo veiculado na internet esta semana, concordar que o ponto central para 2014 é reeleger a presidente Dilma, mas que esse objetivo “não pode destruir simbólica e materialmente o PT, ao transformá-lo em sublegenda de projetos contraditórios com o nosso programa histórico”.
 
Integrante da segunda maior corrente interna do PT, a Mensagem ao Partido, Puty foi o coordenador da campanha derrotada à reeleição da então governadora Ana Júlia Carepa (PT), em 2010. O deputado disse que há uma rejeição “gigantesca” da militância petista em apoiar a candidatura de Helder Barbalho.— Não definimos nada oficialmente. No Pará, o diretório (regional) não decidiu ainda. O Puty quer ser candidato, mas isso não quer dizer que ele vá ser — disse Falcão.
 
Em 2006, Jader apoiou, no segundo turno, a campanha vitoriosa de Ana Júlia Carepa ao governo do estado. No decorrer do mandato, porém, petistas e peemedebistas se desentenderam e, na eleição seguinte, o PMDB não só lançou candidato contra Ana Júlia como, no segundo turno, apoiou informalmente a candidatura de Simão Jatene (PSDB), que saiu vitorioso. Agora, às vésperas do lançamento da candidatura de Helder, os peemedebistas desembarcaram mais uma vez do governo.
 
No Maranhão, o PT está rachado entre o apoio ao candidato da família Sarney e a candidatura de Flávio Dino (PCdoB). Embora já tenha enquadrado o PT local em 2010, impondo o apoio à governadora Roseana Sarney (PMDB) contra o próprio Dino, essa é uma saia justa para a direção nacional petista. Isso porque, de um lado, o senador José Sarney (PMDB-AP) foi um apoiador de primeira hora dos governos Lula e Dilma; de outro, o PCdoB é um aliado histórico, que esteve junto com o ex-presidente Lula desde 1989.— Se tivermos que reeditar a aliança com o PMDB será um apoio mais cartorial, porque a militância do PT já está com o Flávio Dino — afirmou Marcio Jardim, integrante da executiva estadual petista no Maranhão.
 
No fim de abril, a direção nacional do PT determinou a retirada do ar de inserção de televisão no Maranhão, na qual eram feitos ataques ao governo Roseana.  — O Maranhão continua ostentando os piores indicadores sociais do país. Somos os piores na saúde e na educação. Vivemos num estado de profunda insegurança, medo e violência. Com o PT, haveremos de inaugurar um tempo de mudança, renovação e esperança no Maranhão — dizia o programa. Presidente do PT no estado, Raimundo Monteiro divulgou, na época, uma nota afirmando que foi surpreendido pelo conteúdo crítico à administração Roseana: “Não fosse pela contradição de o PT criticar o governo do qual faz parte, também não faz sentido investir contra uma liderança que tem apoiado desde o início o nosso projeto nacional”.
 
( O Globo)
 
01 de setembro de 2013
in coroneLeaks

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