Serviços de inteligência da França afirmam que Síria tem 1.000 toneladas de armas químicas. Informação foi divulgada neste domingo pelo 'Le Journal du Dimanche'
Especialistas em armas químicas da ONU visitam pessoas afetadas pelo suposto ataque com gás, em um hospital no subúrbio de Damasco - (26/08/2013) - Abo Alnour Alhaji/Reuters
Os serviços franceses de inteligência teriam provas de que o regime sírio de Bashar al Assad possui 1.000 toneladas de armas químicas e agentes tóxicos, entre gás sarin, mostarda e VX, e que utilizou esse tipo de arsenal contra civis no dia 21 de agosto, causando centenas de mortes. As informações foram publicadas neste domingo pelo Le Journal du Dimanche, que promete divulgar, nos próximos dias, documentos que provam que Damasco possui uma das maiores reservas químicas do mundo.
A publicação francesa traz na capa uma foto do Centro de Estudos de Pesquisas Científicas de Barzah, localizado no sul da Síria, onde Damasco estaria desenvolvendo a maior parte desse arsenal. Conforme o jornal, para lançar os agentes químicos, a Síria utiliza mísseis Scud C e Scud B, com alcance entre 300 e 500 quilômetros, respectivamente, além de bombas aéreas capazes de transportar entre 100 e 300 litros de gás sarin e foguetes de artilharia.
As informações obtidas pela Direção Geral da Segurança Exterior (DGSE) e a Direção de Inteligência Militar (DRM) indicam que o regime de Damasco utilizou esse tipo de armas no dia 21 de agosto. "Para nós, está claro o regime sírio decidiu mudar de escala", afirmou um oficial francês, que não teve seu nome revelado. Ele não detalhou se Damasco pretendia, com o ataque, ganhar posições militares sobre os insurgentes ou responder à tentativa de atentado dos rebeldes contra Assad.
Ainda segundo a publicação, as armas químicas utilizadas no ataque foram lançadas com foguetes Grad, e seguidas por "múltiplos ataques de artilharia" para "apagar o máximo de provas" possível.
Segundo relatórios dos serviços de inteligência francesa — que o jornal diz ter obtido —, a Síria começou a produzir armas químicas sob o comando de Hafez al Assad, pai de Bashar, e com a ajuda da Rússia. Depois, a produção passou a ser 100% síria e ficou a cargo de uma unidade pertencente a Bashar al Assad. Ele e alguns membros de seu clã seriam os únicos autorizados a dar ordens de ataque com esse tipo de armamento.
O Le Journal du Dimanchea afirma que, com a divulgação dessas informações, a França procura convencer à opinião pública internacional da importância de punir um crime que viola as leis internacionais. O tratado internacional conhecido como a Convenção sobre Armas Químicas de 1993 — assinado por 189 países, mas não pela Síria, nem pela Coreia do Norte — proíbe a produção e o armazenamento desse tipo de armamento.
(Com Agência EFE)
01 de setembro de 2013
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