Artigos - Movimento Revolucionário
O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) descreve-se como “a mais ampla e mais inclusiva dentre as expressões organizadas do movimento ecumênico moderno”.[1]
Seu site ostenta que ele “congrega 349 igrejas, denominações e comunhões eclesiásticas em mais de 110 países e territórios por todo o mundo, representando mais de 560 milhões de cristãos e incluindo a maioria das igrejas ortodoxas do mundo, grande número de igrejas anglicanas, batistas, luteranas, metodistas e reformadas, bem como muitas igrejas unidas e independentes”.[2]
A bandeira sob a qual ele opera é a palavra grega oikoumene (literalmente: “mundo habitado”), que é proeminentemente apresentada em sua logomarca: seu site é oikoumene.org.
No entanto, o Conselho Mundial de Igrejas está longe de ser fiel à teologia tradicional cristã. Ele se concentra em questões socioeconômicas e ecológicas, crê na redistribuição da riqueza e é abertamente pró-palestino.
Em seus primeiros anos, ele funcionava com base no universalismo cristocêntrico: todos irão para o céu, com base na obra expiadora de Cristo. Depois, em meados dos anos 1990, sob a liderança do secretário-geral Konrad Raiser, moveu-se ainda para mais longe da doutrina bíblica, para uma forma mais pluralista de universalismo. Seu paradigma hoje conclama a um novo entendimento, no qual “as distinções institucionais entre a igreja e o mundo e a sociedade desabam diante do passado histórico”.[3]
Em outras palavras, o CMI gosta de pensar o mundo como sendo uma enorme família, e sobre si mesmo como ajudando essa família social e economicamente.
Tentando curar o mundo
Raiser argumenta contra o exclusivismo dos cristãos e crê que todas as religiões, de uma forma ou de outra, englobam Cristo:
“Sempre que as pessoas têm uma experiência da graça e salvação em suas religiões, elas estão se encontrando com o “Cristo escondido” e sua obra, embora não estejam cientes disso. Assim, elas podem ser descritas como “cristãos anônimos”, e a igreja é o “cumprimento” do anseio por salvação que está vivo nas religiões da humanidade”.[4]
O CMI também promove um novo entendimento sobre oikoumene como “casa de vida”, na qual ele acredita que as “dimensões ecológicas, sociais, políticas e eclesiásticas estão ligadas da maneira mais próxima possível”.[5]
O ecumenismo, historicamente, promovia a “unidade” uma vez que se relacionava a igrejas e ao testemunho cristão no mundo. Agora, entretanto, o CMI defende “a unidade de toda a criação de Deus e reconhece toda busca humana como sujeita ao ministério de cura do Espírito de Cristo”.[6]
Conseqüentemente, o ativismo social e político tornou-se a matriz da identidade da organização. O CMI agora descreve testemunho como “falar alto com voz forte para promover a paz, a justiça e o cuidado pela criação de Deus”,[7] e trabalhar para “desafiar uns aos outros a dar testemunho de Jesus Cristo em todos os âmbitos da vida -- pessoal, cultural e socioeconômico”.[8]
Redistribuição de riquezas
A Comissão das Igrejas Sobre Assuntos Internacionais do CMI estava “entre as primeiras organizações não governamentais a obter status consultivo no Conselho Econômico e Social das Nações Unidas”.[9]
Debaixo do guarda-chuva do AGAPE (Alternative Globalization Addressing People and Earth [Globalização Alternativa Dirigida às Pessoas e à Terra]), grupo-referência em Pobreza, Riqueza e Ecologia (OWE), o Conselho Mundial de Igrejas promove programas para reparar a disparidade entre a riqueza e a pobreza. Em outras palavras, promove a redistribuição da riqueza.
De acordo com o CMI, o “complexo agro-industrial-econômico” do “Norte global” (isto é, países industrializados, como os Estados Unidos) é essencialmente responsável pelas crises econômicas e ambientais observadas no planeta. Como a maior parte das igrejas do CMI atualmente está nas nações em desenvolvimento da África, Ásia, Caribe, América Latina, Oriente Médio e Pacífico,[10] o Conselho vê regiões como a Europa e a América do Norte como os perpetradores da difícil situação global da atualidade.
Convencido de que as mudanças climáticas e a pobreza são devidas ao impacto do homem sobre o planeta e que a igreja é cúmplice por “perpetuar uma teologia do domínio humano sobre a terra”, o CMI defende “o reconhecimento e a aplicação de um conceito que expresse uma profunda obrigação moral de promover a justiça ecológica, referindo-se à nossa dívida com os povos mais afetados pela destruição ecológica e da terra em si”.[11]
Aparentemente, o CMI também tomou sobre si a responsabilidade por essa redistribuição global da riqueza. O CMI, PWE e AGAPE publicaram uma declaração conjunta sugerindo: “Como parte das recomendações do estudo, seria benéfico discutir a taxação (como um mecanismo explícito para a redistribuição de riquezas e reparação dos danos ecológicos) bem como medidas para fortalecer a prestação de contas e a responsabilidade corporativas (por exemplo, os pactos de integridade entre as corporações e as comunidades)”.[12]
Muitas igrejas destinam fundos para o CMI em seus orçamentos anuais. De acordo com seu site, suas “famílias eclesiásticas” incluem as seguintes denominações: Instituídas Africanas, Anglicana, Assíria, Batista, Católica, Discípulos de Cristo/Igreja de Cristo, Evangélica, Amigos (Quaker), Holiness, Luterana, Menonita, Metodista, Moraviana, Católica Antiga, Ortodoxa (Ocidental), Ortodoxa (Oriental), Pentecostal, Reformada, Exército da Salvação, Adventista do Sétimo Dia, Unida e Unindo, e Igrejas Livres e Independentes.[13]
Se você quiser saber se sua igreja ajuda a sustentar o CMI, recomendamos consultar a liderança da sua igreja.
(Charles E. McCracken -- Israel My Glory – www.foi.com)
Notas:
1. “What Is the World Council of Churches?” [O que é o Conselho Mundial de Igrejas?] World Council of Churches, www.oikoumene.org/en/who-arewe.html.
2. Ibid.
3. Konrad Raiser, Ecumenism in Transition [Ecumenismo em Transição], trad. Tony Coates (Genebra, Suíça: WCC Publications, 1991), 73.
4. Ibid., 57.
5. Ibid., 90.
6. “About the WCC logo” [A Respeito do Logotipo do CMI], World Council of Churches, www.oikoumene.org/en/resources/wcc-logo.html.
7. “Witness” [Testemunha] World Council of Churches, www.oikoumene.org/en/home.html.
8. “The WCC and Christian witness” [O CMI e o Testemunho Cristão], www.oikoumene.org/en/resources/themes/christian-witness.html.
9. Ibid.
10. “What is the World Council of Churches?”
11. “Statement on eco-justice and ecological debt” [Declaração sobre ecojustiça e dívida ecológica], World Council of Churches, 2 de setembro de 2009, www.tinyurl.com/8ngge4k.
12. Meeting of the World Council of Churches' (WCC) Alternative Globalisation [sic] Addressing People and Earth (AGAPE) Reference Group on Poverty, Wealth and Ecology (PWE) [Encontro do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) Globalização Alternativa [sic] Dirigido ao Povo e à Terra (AGAPE) Grupo de Referência à Pobreza, Riqueza e Ecologia (PWE)]”, World Council of Churches, 27 de junho de 2007, www.tinyurl.com/942hzb8.
13. “Church Families” [Famílias da Igreja], World Council of Churches, www.oikoumene.org/en/handbook/churchfamilies.html.
11 de setembro de 2013
Charles E. McCracken é o diretor canadense de The Friends of Israel em Brampton, Ontário.Publicado na revista Chamada – www.chamada.com.br
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