"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

PÁSCOA

  PÁSCOA

A palavra Páscoa, significa cobrir o que é frágil, fraco, como uma criança recém-nascida, que não sobrevive sem a cobertura da graça divina. 

Páscoa é desenvolvimento humano, o sinal inspirado pela gratidão da bondade de Deus em ação pela nossa vida. 

Os humanos, transformamos o que era arquétipo em símbolo, e a primeira marca desse arquétipo, está em GÊNESIS, quando Adão e Eva se cobriram com folhas de figueira, para cobrirem as suas culpas, a sua nudez, e se apresentarem diante de Deus.  

Por essa razão, Páscoa, significa cobertura, ocultação da fraqueza. 

No mundo em que vivemos, este mundo que criamos com o nosso espírito de um tempo voltado para o imediatismo da vida, que se resume a conquista de bens transitórios, de poder ou de objetos, terminamos por perder a essencialidade da vida, transformando em símbolos, os grandes eventos da história humana, por que é assim que desenhamos o mundo, através da linguagem, e manipulamos esses símbolos, retirando deles seus conteúdos substanciais e ressignificando-osalinhando-os as práticas de uma modernidade, que não reflete o evento primordial, fonte e raiz que em determinado momento tornou-se o fundamento de uma civilização. 

Assim a Páscoa que hoje vivemos, não como a ressurreição do Cristo, mas apenas como a data festiva do calendário cristão, muito embora seja um tempo importante da liturgia da Igreja Católica, Apostólica, Romana.  

Se falamos que a Páscoa simboliza a ressurreição do Cristo, e se a ressurreição nos diz que é o retorno à vida, após a morte, entendemos que simboliza a vitória da vida espiritual cristã sobre a morte do corpo. Onde termina este, começa o tempo do espírito e sua vitória sobre o mundo material. 

E se vivemos um tempo em que violentamos todas as virtudes da ressurreição, terminamos por consagrar a vitória do materialismo sobre o espiritual. 

Assim damos os primeiros passos para criar o individualismo, a competição, eliminando o espírito de solidariedade, de confraternização, de compaixão e empatia. 

Elegemos a derrota do bem comum, da ética e do respeito ao próximo, escolhendo a violência. 

A cultura judaico-cristã é o fundamento da civilização ocidental, e a sua derrocada é a opção pela grande crise que vivemos, em que podemos perceber a morte dos símbolos que criamos para representar os grandes acontecimentos que deram os alicerces do que denominamos cultura ocidental. 

O símbolo da Páscoa, hoje uma festividade ocasional em que alguns ícones, como o coelho, o trigo, os ovos ornamentados, já não são mais entendidos em seus significados originais.  

Perdemos a memória do sentido dos símbolos que criamos, sem sequer nos darmos conta de que criamos símbolos para edificar a reminiscência e ludibriar o esquecimento. 


02 de abril de 2021

m.americo

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