"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 9 de dezembro de 2017

SE O GENERAL MOURÃO NÃO FOR PUNIDO, A ESCULHAMBAÇÃO PASSA A SER INSTITUCIONAL

Resultado de imagem para general mourao
Jungmann e Villas Bôas estão em ‘sinuca de bico’
O general do Exército Antonio Hamilton Mourão, que em setembro fez uma palestra na Maçonaria, em Brasília, e sugeriu que pode haver intervenção militar no Brasil, voltou a abordar o explosivo assunto, desta vez no Clube do Exército, a convite do grupo Ternuma (Terrorismo Nunca Mais). Em sua palestra, sob o tema “Uma visão daquilo que me cerca”, o chefe militar criticou os governos de Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer, dando uma alfinetada também na gestão de José Sarney.
“Não há dúvida que atualmente nós estamos vivendo a famosa ‘Sarneyzação’. Nosso atual presidente [Michel Temer] vai aos trancos e barrancos, buscando se equilibrar, e, mediante o balcão de negócios, chegar ao final de seu mandato”, afirmou Mourão, segundo o jornal Gazeta do Povo, de Curitiba.
SUBINDO O TOM – Da outra vez, não houve punição, porque o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, entendeu que Mourão havia se expressado de forma genérica, referindo-se a uma intervenção da sociedade, caso o Judiciário não conseguisse resolver “o problema político”.
Agora Mourão subiu o tom, falando em intervenção militar propriamente dita, ao justificar que a instituição poderia ter o papel de “elemento moderador e pacificador”, agindo “dentro da legalidade”, sob alegação de que o Exército tem como missão defender a pátria e possui a democracia e a paz social como valores supremos.
“Se o caos for ser instalado no país… E o que a gente chama de caos? Não houver mais um ordenamento correto, as forças institucionais não se entenderem, terá que haver um elemento moderador e pacificador nesse momento […]. Mantendo a estabilidade do país e não mergulhando o país na anarquia. Agindo dentro da legalidade, ou seja, dentro dos preceitos constitucionais, e usando a legitimidade que nos é dada pela população brasileira”, disse.
COMO PORTA-VOZ – O mais curioso é que Mourão se comportou como se falasse em nome das Forças Armadas, que, de acordo com ele, estão atentas “para cumprir a missão” que cabe a elas. “Mas por enquanto nós consideramos que as instituições têm que buscar fazer a sua parte”, acrescentou, como se fosse porta-voz do Ministério da Defesa, digamos assim.
O mais grave é que a palestra foi organizada pelo que há de pior nas Forças Armadas – o grupo Ternuma (Terrorismo Nunca Mais), que defende a prática de torturas pelos militares durante o período ditatorial, em contraponto ao movimento social Tortura Nunca Mais. E o general Mourão fez até questão de elogiar a presença da viúva do coronel Brilhante Ustra (um dos principais agentes das torturas), descrita pelo palestrante como “uma lutadora, uma grande mulher”.
HAVERÁ PUNIÇÃO? – Se desta vez o general Mourão não for punido, é melhor o comandante do Exército deixar logo a ativa e ir cuidar da vida. Mourão diz verdades absolutas sobre política, economia e administração pública, mas está se portando de forma inconveniente, ao se juntar aos defensores da tortura e dos assassinatos de presos políticos, que são atrocidades consideradas crimes de guerra pela Convenção de Genebra.
Em tradução simultânea, este tipo de procedimento do chefe militar é insubordinação e quebra de hierarquia, de forma reiterada, desrespeitando o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, e o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Além do mais, fica patente que Mourão não tem equilíbrio para liderar nada, é apenas um Hugo Chavez de direita.
###
P.S. 1
  As Forças Armadas merecem críticas pela passividade que demonstram diante da crise nacional. O Alto Comando devia usar a Escola Superior de Guerra para discutir os graves problemas da nação (dívida pública, reforma da Previdência, crise da segurança pública, caos na saúde e na educação etc.) e apresentar soluções.
P.S. 2 – Acontece que os governos do PT sucatearam as Forças Armadas. O corte de verbas liquidou com elas. Os aviões da FAB não têm combustível para voar, os navios da Marinha ficam ancorados, o Exército não tem como alimentar os recrutas. Os militares estão acovardados. Esta é a realidade. Mas quem se interessa?

09 de dezembro de 2017
Carlos Newton

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Um 'artiguinho' de má-fé. Parece que a esculhambação já náo está presente no país faz é tempo... Quem acompanha os acontecimentos diários dessa politicalha suja, sabe muito bem que o país vive um processo constante de desmoralização institucional. Basta olhar o Congresso Naciona.Câmara e Senado e se dar ao trabalho de pesquisar (GOGLE) quantos parlamentares de ambas as câmeras respondem a processos de toda ordem.
Basta olhar o Judiciário... A manchetes diárias de escândalos e de impunidade... E vem o texto do Sr. Carlos Newton apontar o início da esculhambação com o pronunciamento do General Mourão, que diga-se de passagem, a nação aplaude. 
Mas o que representa a nação diante dessa politicalha suja? Nada... Há muito que o parlamento brasileiro está de costas para os verdadeiros interesses do país.
Reflitam...
m.americo

Nenhum comentário:

Postar um comentário