O deputado estadual Jorge Picciani (PMDB-RJ) é acusado de receber quase R$ 50 milhões em propina de empresas de ônibus, em 34 ocasiões, no período de julho de 2010 a julho de 2015, de acordo com a denúncia apresentada hoje pelo Ministério Público Federal, a partir da operação Cadeia Velha.
Os valores constam de planilhas apresentadas pelo doleiro Álvaro José Novis, operador financeiro do esquema, que intermediava os pagamentos da Fetranspor a políticos. A tabela registra pagamentos mensais de pelo menos R$ 300 mil a Jorge Picciani, mas em alguns períodos o valor era maior, como em setembro de 2012, quando ele teria recebido R$ 3 milhões.
PROPINAS SEM FIM – Segundo a denúncia, em troca os empresários recebiam de Picciani benefícios variados que estivessem ao alcance do então Presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro: “O denunciado Jorge Sayed Picciani solicitou e recebeu dos empresários ligados à Fetranspor, ao longo de décadas, indevida vantagem econômica como contrapartida aos atos funcionais praticados com desvio de finalidade ou com a omissão do dever funcional decorrente do cargo de deputado estadual”.
Em delação premiada, Novis contou aos investigadores que os pagamentos a Picciani não cessaram mesmo quando ele ficou sem mandato, entre 2011 e 2014. Para receber os valores, Picciani utilizou os serviços de Jorge Luiz Ribeiro, considerado seu braço-direito. Na caixa de correio eletrônico de Jorge Luiz, os investigadores encontraram trocas de mensagens com dois funcionários de Novis, que o auxiliavam nesses pagamentos.
Novis relata que o dinheiro era entregue, normalmente, duas a três vezes por semana, em três endereços no centro do Rio: um escritório localizado na rua da Assembleia, 10; na sede da empresa BKR Viagens e Turismo (da qual Jorge Luiz é sócio), na rua do Ouvidor, 60; e numa agência do banco Bradesco, na Praça Pio X.
Também a Odebrecht – A denúncia do MPF também indica o pagamento de propina a Jorge Picciani pela Odebrecht. O relatório concluiu que, no período de 2008 a 2014, Picciani recebeu da Odebrecht mais R$ 11 milhões. O apelido dele no sistema Drousys, espécie de contabilidade paralela da empreiteira, é “Grego”. Parte desses valores teria sido recebida no exterior.
Jorge Picciani foi denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – E a devassa na corrupção do Estado do Rio vai aumentar agora, com a delação de Carlos Miranda, operador do ex-governador Sérgio Cabral. “Confirmo a existência da organização criminosa, e eu participava dela no gerenciamento do recebimento de todas as propinas e distribuição delas” — disse ele ao juiz Marcelo Bretas, confirmando que Cabral era o chefe da quadrilha e dando uma dica do que vem por aí. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – E a devassa na corrupção do Estado do Rio vai aumentar agora, com a delação de Carlos Miranda, operador do ex-governador Sérgio Cabral. “Confirmo a existência da organização criminosa, e eu participava dela no gerenciamento do recebimento de todas as propinas e distribuição delas” — disse ele ao juiz Marcelo Bretas, confirmando que Cabral era o chefe da quadrilha e dando uma dica do que vem por aí. (C.N.)
08 de dezembro de 2017
Deu em O Globo
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