"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

DELATOR RELATA FRAUDE EM LICITAÇÕES DE PUBLICIDADE NAS GESTÕES DE EDUARDO PAES



Aos poucos, está sendo conhecido o “legado” de Paes
Em acordo de colaboração premiada assinado com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o marqueteiro Renato Pereira sustenta que as licitações de publicidade da prefeitura do Rio nas duas gestões de Eduardo Paes (PMDB) foram fraudadas em favor da Prole. O delator alega que indicava as outras vencedoras da licitação e pagava mesada de R$ 25 mil aos dirigentes da prefeitura que cuidavam dos contratos: Marcela Muller e Fabiano Leal, ex-funcionários da Prole. A delação está em fase de homologação no STF.
Entre 2010 e 2017 a agência de Pereira recebeu R$ 201,5 milhões da administração, segundo dados oficiais, contrato que ainda está em vigor. Além do lucro direto, a Prole ainda faturava ao cobrar participação no ganho dos próprios fornecedores.
LEGADO OLÍMPICO – De acordo com o delator, produtoras eram orientadas a alugar equipamentos dos sócios da Prole ou destinavam percentual de seu lucro à empresa. Um dos projetos construídos nesses moldes, por exemplo, é o “Cidade Olímpica”, plataforma na internet criada para divulgar o legado das olimpíadas no Rio.
Pereira diz que a primeira licitação fraudada ocorreu em 2009 e teria sido direcionada à Prole, à Binder FC — que ele afirma ser empresa sob influência de Carlos Augusto Montenegro — e à Nacional Comunicação — que o delator associa a Jorge Picciani, pelo fato de o dono ter feito campanhas para a família do político. Entre 2010 e 2015, a Binder faturou na prefeitura R$ 173,6 milhões e, a Nacional, R$ 104,3 milhões.
Uma nova licitação foi realizada em 2015, com novo direcionamento orquestrado pela Prole, segundo o delator. Ele afirma ter atuado para que a Propeg substituísse a Nacional Comunicação.
PROPINA DE UM TERÇO – “Acertei com Fernando Barros (dono da Propeg) o pagamento a nós de um terço do resultado obtido”, afirmou Pereira, citando o pagamento direto de salários de funcionários da Prole, pela Propeg, como uma das formas de compensação. Segundo ele, outro terço era dividido entre o irmão do então governador Sérgio Cabral, Maurício Cabral, e Francisco de Assis Neto, então subsecretário de publicidade do governo estadual.
Entre 2015 e 2017, a Propeg faturou R$ 48,7 milhões com a prefeitura do Rio. O contrato com Prole, Binder e Propeg foi renovado no governo de Marcelo Crivella (PRB).
Para manter sua influência na prefeitura, a Prole pagava um complemento salarial mensal de R$ 25 mil ao gestor responsável por cuidar da publicidade municipal. Segundo o delator, a primeira beneficiada foi Marcela Muller, que era coordenadora de Estratégia e Comunicação do município. Quando ela deixou o cargo, em 2013, os valores passaram a ser pagos a seu substituto, Fabiano Leal. Os dois são ex-funcionários da Prole.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – 
Aos poucos, vai se materializando o legado olímpico do prefeito Eduardo Paes, que fazia parte do quadrilhão montado por Sérgio Cabral no Estado do Rio de Janeiro. O prefeito atual, Marcelo Crivella, diz que a Prefeitura está quase falida, mas não culpa Paes, diz que o problema é causado pela queda da arrecadação. Será mesmo? (C.N.)


10 de novembro de 2017
Thiago Herdy
O Globo

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