"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

REJEIÇÃO AOS POLÍTICOS TRADICIONAIS PODE DEFINIR ESTA SUCESSÃO PRESIDENCIAL

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Charge do Clayton (O Povo/CE)
Faltando um ano para a eleição, as pesquisas praticamente não servem para nada, especialmente porque 67% dos eleitores ainda não se interessam com o assunto, estão mais preocupados com os próprios problemas, digamos assim. Por isso, não há surpresa quando Lula aparece sempre liderando, porque continua a ser o político brasileiro mais famoso e com maior visibilidade. Mas há outras pesquisas políticas que têm realmente importância e provocam instigantes reflexões. É o caso do estudo inédito da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-DAPP), feito pelo Ibope e que acaba de ser divulgado.
O levantamento da FGV aponta caminhos para 2018, ao confirmar o que todos já sabiam— existe um crescente descrédito do eleitor brasileiro em relação aos partidos políticos, ao presidente da República e até mesmo aos candidatos em quem votou em eleições passadas.
SEM INTERVENÇÃO – A pesquisa do Ibope confirma levantamentos de outros institutos e também indica que a maioria dos eleitores não apoia uma intervenção militar, por considerar que a melhor solução para aos problemas brasileiros ainda é a via eleitoral, e 65% dos entrevistados concordaram com a frase “mais importante do que protestar nas ruas é votar nas eleições”. Ao mesmo tempo, a maioria da população também defende o voto como melhor mecanismo para o país sair da crise econômica.
Outra análise importantíssima se refere à possibilidade de uma maior renovação da classe política na eleição de 2018, quando serão escolhidos, além do presidente, os governadores, senadores, deputados federais e estaduais.
CANDIDATO NOVO –  Quase 30% dos entrevistados manifestaram a intenção de apoiar um “candidato novo, fora da política tradicional”. Já 16,1% não atrelaram sua escolha a uma legenda específica e até pretendem votar em um “candidato independentemente do partido”.
Outro detalhe relevante: 55% rejeitam a possibilidade de escolher o mesmo candidato à Presidência em quem já votaram nos pleitos anteriores, inclusive para governador (53%), senador (52,4%) e deputado federal (51%). Entre os possíveis nomes a presidente, Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) já foram candidatos anteriormente.
Ciro é menos visado, porque disputou há mais tempo, em 2002, e essa tendência eleitoral vai  favorecer João Doria (PSDB ou DEM), Jair Bolsonaro (PEN), Álvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (PSD), presidenciáveis que nunca concorreram ao cargo.
ELEIÇÃO IMPREVISÍVEL – Será uma eleição difícil e até imprevisível. Lula seria um dos que disputariam o segundo turno, não há dúvida. Como o petista não deve concorrer, devido à Lei da Ficha Limpa, tudo pode acontecer. Com tanta pulverização, até mesmo Michel Temer já se animou a disputar a reeleição, vejam a que ponto de esculhambação chegamos.
Vai ser uma disputa eleitoral em que o índice de rejeição pode se tornar mais importante do que o apoio ostensivo. E no final deve se confirmar também aquela velha teoria do voto útil, porque eleitor tem uma tendência irresistível para votar em quem reúne condições de vencer.

10 de outubro de 2017
Carlos Newton

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