"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 10 de setembro de 2017

OS R$ 51 MILHÕES SÃO SÓ DO GEDDEL? OU É FATURAMENTO DO QUADRILHÃO?

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Apartamento está cedido a Lúcio, irmão de Geddel
Já faz tempo que os procuradores responsáveis pela operação Cui Bono desconfiavam que o grupo conhecido como “PMDB da Câmara” poderia ter um “tesouro perdido”. Em suas delações, executivos da Odebrecht, da JBS e de outras empresas revelaram uma quantidade de propina que não batia com os valores encontrados nas contas no Brasil e no exterior dos políticos envolvidos nos crimes.
A hipótese de que o montante estivesse sendo guardado em espécie surgiu após o doleiro Lúcio Funaro contar que fez várias viagens em seu avião particular ou em voos fretados para entregar malas de dinheiro para o ex-ministro Geddel Vieira Lima.
NA SALA VIP – Funaro foi específico em seu depoimento: disse que as entregas aconteciam na sala VIP do hangar da Aerostar, no aeroporto de Salvador (BA). Que, pelo menos duas vezes, fez paradas rápidas na cidade para deixar malas ou sacolas de dinheiro com Geddel.
O que surpreendeu a Polícia Federal e o Ministério Público foi a quantidade de dinheiro. Pelas contas iniciais, esperavam encontrar R$ 15 milhões. Acharam R$ 51 milhões. E faz sentido que esse dinheiro estivesse com Geddel. O empresário Joesley Batista contou em sua delação que o ex-ministro era o “arrecadador” do PMDB da Câmara.
O grupo parece ter uma predileção por dinheiro vivo. O ex-deputado Rodrigo da Rocha Loures, homem da “estrita confiança” do presidente Michel Temer e indicado por ele para substituir Geddel na interlocução com o empresário, foi gravado pela PF correndo com uma mala de dinheiro.
QUADRILHEIROS – Não é segredo quem são os principais integrantes do “PMDB da Câmara”: Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Eliseu Padilha, Moreira Franco e Michel Temer. Por essas maluquices que só acontecem no Brasil, os três primeiros estão na cadeia, enquanto os três últimos seguem no Palácio do Planalto.
Com exceção de Cunha, que já estava a caminho do presídio da Papuda na época, Temer nomeou os amigos de décadas para cargos estratégicos depois do impeachment de Dilma Rousseff. Coube a Geddel a sensível Secretaria de Governo, que faz a articulação política.
O baiano só caiu em desgraça após o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, acusá-lo de fazer pressão para liberar a construção de um prédio em uma área tombada de Salvador.
ERA UMA BOBAGEM… – Nas palavras de Temer na famosa gravação feita por Joesley, era uma “bobagem, sem consequência nenhuma” e “aquele idiota (o então ministro Marcelo Calero) aproveitou para fazer um Carnaval”. Pois é. Perto de guardar R$ 51 milhões de propina em dinheiro, realmente a denúncia de Calero parece uma bobagem.
Com suas digitais espalhadas pelo apartamento e pelas malas, Geddel não tem como negar a posse da fortuna e voltou para a cadeia. Agora cabe a ele esclarecer se esse dinheiro é só seu ou se, além de arrecadar, também guardava a grana para os comparsas.
Na primeira hipótese, é provável que existam outros “tesouros” escondidos por aí. Na segunda, é preciso que Geddel diga de quem são esses R$ 51 milhões.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A Polícia Federal já descobriu que o apartamento está emprestado ao deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel, que é da nova geração de caciques do PMDB. (C.N.).

10 de setembro de 2017
Raquel LandimFolha

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