O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que vai começar a decidir sobre os pedidos de impeachment protocolados na Casa após a apreciação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. A peça de acusação da Procuradoria-Geral da República será lida nesta segunda-feira (25/9) no plenário da Câmara. Para que a ação não prossiga no Supremo Tribunal Federal (STF), Temer precisa do apoio de 172 deputados.
“Depois da segunda denúncia, eu vou começar a decidir pelos (pedidos de) impeachment”, disse Maia, em entrevista gravada na sexta-feira e exibida na madrugada desta segunda-feira no programa Canal Livre, da TV Bandeirantes. “Acho que as duas denúncias são suficientes para tratar desse assunto, os (pedidos de) impeachment serão redundância”, afirmou. Para Maia, a denúncia pode ter sua tramitação finalizada na Câmara em “três, quatro semanas”.
DIFICULDADE – O parlamentar avaliou que o presidente, por um lado, terá mais dificuldade para enfrentar a segunda denúncia por causa da base aliada mais enfraquecida. Na primeira acusação, a Câmara barrou o processo com o apoio de 263 deputados, em agosto. Por outro lado, segundo Maia, Temer poderá se beneficiar dos problemas verificados na delação da JBS. “Talvez uma coisa possa neutralizar a outra”, afirmou Maia.
A entrevista à TV Bandeirantes foi dada no final da semana em que Maia veio a público reclamar que estava levando “facada nas costas” do PMDB pelo assédio do partido sobre deputados do PSB que negociavam migração para o DEM. Ao Canal Livre, no entanto, o presidente da Câmara declarou lealdade a Temer, ao afirmar que não conspira contra o presidente, que não é pré-candidato à Presidência e que trabalha com a hipótese de o peemedebista concluir seu governo.
CASO DO DEM – Maia voltou a afirmar que o governo tentou influenciar um “enfraquecimento” do DEM com a filiação do senador Fernando Bezerra Coelho (PE). O deputado citou a presença dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) na cerimônia de filiação de Coelho. “Se isso não é participação do governo com 3% de ótimo e bom para tentar influenciar um enfraquecimento do DEM, eu não sei o que é.”
Maia disse que trouxe a situação à tona porque quer “ajudar” o governo a superar os problemas e tocar a agenda de reformas no Congresso. “O incidente está superado? Eu já coloquei o problema, só vai estar superado quando o PMDB entender que a prioridade do partido não deveria ser fortalecer o PMDB, deveria ser fortalecer o governo na situação que o governo tem hoje”, afirmou o presidente da Câmara. “Eu não estou distante do governo, a agenda do governo é a minha agenda”, enfatizou.
CONVITE A DORIA – Negando ser candidato a presidente ou a governador do Rio de Janeiro em 2018, Maia disse que seu propósito é buscar um nome para concorrer à Presidência da República pelo DEM. Mais uma vez, ele acenou para João Doria, mesmo falando que não vai trabalhar para tirar o prefeito do PSDB. “Se a decisão do DEM for não disputar (…), teremos o maior prazer de apoiar o Doria, se o Doria for candidato”.
O deputado afirmou que, entre os tucanos, Alckmin tem a preferência para viabilizar sua candidatura e que o DEM precisa buscar alguém com um perfil mais “jovem”, entre 50 e 55 anos. O prefeito da capital paulista tem 59 anos e o governador, 64.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Os políticos fazem a linha Zezé Macedo e só pensam naquilo. Tudo já está girando em torno da sucessão. E a tendência é de que os partidos que terão candidatos próprios, como PSDB e DEM, continuem se afastando do governo, para não se contaminarem com a altíssima rejeição.(C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Os políticos fazem a linha Zezé Macedo e só pensam naquilo. Tudo já está girando em torno da sucessão. E a tendência é de que os partidos que terão candidatos próprios, como PSDB e DEM, continuem se afastando do governo, para não se contaminarem com a altíssima rejeição.(C.N.)
26 de setembro de 2017
Deu no Correio Braziliense
Agência Estado
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