"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

MARCELO ODEBRECHT USOU PIMENTEL PARA ALERTAR DILMA SOBRE O RISCO DO CAIXA 2


Charge do Renato (Arquivo Google)


O ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, disse em um dos depoimentos de sua delação que usou o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), para alertar a então presidente, Dilma Rousseff, no final de 2014, de que sua campanha estava “contaminada” por doações ilegais. “Na minha ida a Salvador no final do ano [2014] eu parei lá [em Belo Horizonte] e aí entreguei para ele aquela planilha onde tinha alguns valores que foram depositados para [o marqueteiro] João Santana, que não necessariamente era do Brasil, mas que era para ele alertar ela”, relatou Marcelo.

O empresário, preso pela Operação Lava Jato, disse que procurou Pimentel por ver nele um dos principais interlocutores de Dilma. “Nas minhas conversas com ele era muito também para ele me ajudar com Dilma, com orientação, ou me ajudar a convencê-la de algumas coisas. Ele era uma das poucas pessoas, na minha opinião, que tinha liberdade para dizer para ela algumas coisas que outros não tinham coragem”, afirmou.

CONFIRMAÇÃO – Outro delator, João Nogueira, ex-diretor de uma das empresas de engenharia do grupo, fez o mesmo relato. Disse que soube que Marcelo entregou uma planilha a Pimentel com a intenção de que ele levasse o caso a Dilma, para que ela tomasse alguma atitude para frear as investigações da Lava Jato, já que ela também seria afetada.

No mesmo depoimento em que menciona Dilma, Marcelo afirma que a companhia doou para a campanha de Pimentel R$ 8 milhões em 2014, parte não contabilizada, porque o petista atuou a favor de interesses da empreiteira quando foi ministro do Desenvolvimento no governo Dilma.

OUTRO LADO – O advogado de Pimental, Eugênio Pacelli, diz que, nesse depoimento, Marcelo Odebrecht “nada diz de concreto”. “Ele afirma ter ‘mandado recado’ à ex-presidente. Recado esse que seria a comprovação de que ele poderia se transformar em um delator, se algo não fosse feito.”

“Pela lógica dele nada se fez, certo? Transformou-se em um [delator]. Melhor: no principal. O governador esclarece que sempre teve consciência da impossibilidade de qualquer interferência política na condução da Lava Jato. E foi esse o seu comportamento desde sempre”, disse seu advogado, em nota. “Parece clara a tentativa do delator em repetir uma história muito cara ao Ministério Público: a de que a Lava Jato está em risco! Conversa fiada: não há risco algum!”, diz a nota.

A defesa de Pimentel também nega recebimento de dinheiro não declarado em 2014. “Faltou dizer quais seriam os interesses deles [Odebrecht] que teriam sido atendidos [em troca da doação]. Não sabemos! E tampouco dessa doação não contabilizada”, afirmou.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Pimentel é um dos maiores corruptos do PT. Quando era ministro, imitou Lula e forçou o BNDES a contratar a própria amante como assessora do presidente do banco, com salário de quase R$ 30 mil, sem trabalhar. Depois, largou a família e casou com a jovem amante, que também está envolvida na corrupção da Operação Acrônimo. Se não fosse governador e não tivesse foro privilegiado, Pimentel já estaria na cadeia, fazendo companhia a José Dirceu. (C.N.)


17 de abril de 2017
Deu na Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário