"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

MARCELO ODEBRECHT RECUSOU ALGUNS PEDIDOS DE LULA, MAS O PAI MANDAVA ATENDER



Emílio Odebrecht não sabia dizer não a Lula
A proximidade entre o ex-presidente Lula e o patriarca do grupo Odebrecht, Emílio Odebrecht, foi tema de uma “DR” entre pai e o filho, o ex-presidente do grupo Marcelo Odebrecht. Enquanto Emílio relatou ter alinhamento e simpatia pelo petista, Marcelo disse ter relação “complicada” com o ex-presidente. Em um dos depoimentos dados no âmbito de sua delação premiada, Marcelo conta que os pedidos de Lula eram normalmente feitos por meio de seu pai ou de Alexandrino Alencar, ex-executivo da empresa que ajudava Emílio no contato com o ex-presidente. Mas disse que, por vezes, discordava da demanda do petista, e, quando isso acontecia, Lula procurava Emílio para deliberar sobre o caso. Irritado com a postura do petista, Marcelo escreveu um bilhete para o pai, reclamando.
“Eu tinha uma relação meio complicada com Lula porque muitas vezes eu discordava das coisas. Exemplo típico foi Belo Monte, Arena Corinthians, que foram dois projetos que eu fui contra, e aí Lula acabava recorrendo ao meu pai como última instância. Isso gerou inclusive uma nota que eu fiz ao meu pai, dizendo: “Pai, você precisa conversar com Lula, porque se ele continuar recorrendo a você não adianta nada”. Mas no final a relação de Lula acabou sempre sendo com ele (Emílio)”, disse Marcelo.
SÍTIO DE ATIBAIA – Em tom de crítica, Marcelo menciona o pedido que a ex-primeira-dama Marisa Letícia teria feito à Odebrecht, por meio de Alexandrino Alencar, para que a empreiteira terminasse uma reforma que estava sendo feita no sítio de Atibaia. O caso consta da delação de Emílio ao Ministério Público. Segundo Marcelo, Emílio recebia as demandas de Lula, ligava para o chefe de algum setor da Odebrecht, denominado internamente de líder empresarial (LE), e o pedido tinha que ser atendido.
“O meu pai achava alguém dentro de casa para pagar a conta. Da mesma forma que quem pagou a conta do sítio acho que foi a área de infraestrutura. Ele ligava pra algum LE (líder empresarial) e algum LE pagava a conta” — relatou.
SEDE DO INSTITUTO – Em outro depoimento, esse incômodo de Marcelo com Lula reaparece. Quando o empreiteiro relata o pedido de interlocutores do ex-presidente para que a empresa comprasse um terreno para instalar uma nova sede do Instituto Lula, Marcelo conta que procurou o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, que comandava a relação financeira entre PT e Odebrecht. Queria saber se era, mesmo, para comprar o imóvel. E Palocci o teria orientado a comprar, sim, para não alimentar a fama que tinha de “dificultar” o andamento dos pedidos.
“Palocci me orientou a aceitar, dizendo que se eu recusasse iam dizer que mais uma vez eu estava dificultando para atender um pedido de Lula” — relatou Marcelo Odebrecht.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– E ainda há quem diga que Lula não é corrupto e apenas ganhou “presentes” de empresários que ficaram satisfeitos com as realizações dele… Como dizia aquele personagem criado por Jô Soares, “tem pai que é cego”. (C.N.)

17 de abril de 2017
Catarina Alencastro
O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário