"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

JUIZ DIZ QUE GOVERNO DO RN SABE QUE NÃO TEM CONTROLE SOBRE AS PRISÕES ESTADUAIS


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Sistema carcerário está no fundo do poço, denuncia o juiz
O juiz titular da Vara de Execuções Penais de Natal, Henrique Baltazar Vilar dos Santos, afirma em entrevista ao Globo que a crise no sistema prisional do Rio Grande do Norte é resultado de descaso histórico e que separação de presos após rebeliões em 2015 fortaleceu o crime organizado. Em sua avaliação, o que está acontecendo em Alcaçuz demonstra que a situação do sistema prisional do Rio Grande do Norte chegou ao fundo do poço. “É consequência do descaso histórico e que piorou nos últimos 10 anos, quando pouco se fez”, denuncia.
A rebelião foi causada por briga de facções. O crime organizado toma conta dos presídios do RN?A maioria dos presídios do Estado é dominada por organizações criminosas há quase uma década. Essas pessoas mandam e desmandam, fazem o que querem e como querem. Desde as rebeliões de 2015, os presos de facções rivais são separados, não dividem o mesmo ambiente. Na época isso foi feito para evitar mortes, mas acabou fortalecendo o crime organizado.
O motim é consequência da ausência do controle do Estado nos presídio?Quando entram em facções, (os presos) perdem a humanidade. A facção passa a controlar a forma de pensar, e eles viram selvagens. O estado não cumpriu suas obrigações, e os presos enxergam na facção uma maneira de ganhar dinheiro e profissionalizar o crime. Eles veem a violência como emponderamento, quanto mais matam de maneira cruel, mais mostram força.
Como retomar o controle dos presídios?Do jeito que está não retoma. O Estado pode fazer o discurso que quiser, mas ele sabe que não tem controle na situação em que está. A solução é resolver o problema da superlotação, porque se as cadeias tivessem a quantidade de presos para as quais foram construídas, o estado teria condições de fazer políticas públicas dentro delas.
É possível evitar uma chacina como esta?Sim. Com a intervenção do Estado de maneira eficaz. É muito difícil evitar mortes em prisões, mas chacinas devem ser evitadas com mais facilidade. O Estado precisa apurar isso, com certeza houve falhas, que são atos humanos, mas precisam ser investigados.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Fica confirmada a tese de Jorge Béja, exposta aqui na Tribuna da Internet após a primeira rebelião em Manaus, quando o jurista afirmou que os governos perderam o controle da situação e as facções criminosas criaram micropaíses independentes dentro das prisões. Na semana passada, esta tese passou a ser publicamente defendida também pelo presidente Michel Temer.(C.N.)

17 de janeiro de 2017
Aura Mazda
O Globo

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