"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

ESTES SÃO OS VERDADEIROS TRÊS PODERES DO GOVERNO


E faço aqui um desafio


As elites políticas têm três maneiras básicas de manter a população submissa e dócil aos seus mandos e desmandos: subornar, ameaçar e mentir.

Absolutamente qualquer coisa que o governo faz é uma variante dessas três ações básicas. O governo está sempre ou ameaçando alguém, ou comprando o apoio de alguém por meio da distribuição de benesses, ou mentindo.

Logo, mesmo que o estado fosse drasticamente reduzido (como desejam os minarquistas), todas as atividades do governo ainda assim poderiam ser executadas por apenas três ministérios: 

o Ministério dos Policiais e Soldados (encarregado das ameaças); 
o Ministério do Papai Noel (encarregado dos subornos); 
e o Ministério do Delírio (encarregado das mentiras).

No entanto, se tão drástica e visível simplificação ocorresse, a eficácia das mentiras seria substantivamente diminuída. Seria um desserviço público descarregar tamanha carga de sinceridades sobre o povo. 
O povo não está preparado para aguentar tamanho realismo. O grande T.S. Eliot já dizia que "a humanidade simplesmente não consegue suportar um excesso de realidade."

A maior parte de tudo aquilo que o governo ostensivamente faz para demonstrar algum propósito valioso equivale a formas específicas de suborno. Exemplos: auxílios aos pobres, aos doentes, aos aposentados, aos empresários milionários, aos agropecuaristas, à classe artística, às indústrias nacionais que enfrentam a concorrência dos importados, aos universitários ricos e pobres, aos idosos, aos funcionários públicos, e às pessoas que sofrem discriminação étnica ou racial; proteger a nação contra perigosas forças estrangeiras e extraterrestres; controlar o clima e o nível dos oceanos; criar um ambiente mais limpo e saudável; subsidiar pesquisas científicas ou tecnológicas; criar cada vez mais empregos na máquina pública.

Tudo isso são formas de suborno. O governo compra a lealdade das pessoas repassando a elas uma fatia de todo o dinheiro que ele pilhou da população por meio de impostos. E o governo coleta esses impostos recorrendo a ameaças, como a de que você será preso caso não entregue metade da sua renda ao governo. E as ameaças são sustentadas por mentiras, como a de que é um "dever cívico" do cidadão entregar metade da sua renda ao governo.

A complexidade organizacional do estado e o fato de sua existência ser cuidadosamente coberta e protegida por um véu ideológico e pragmático — no que os intelectuais pró-estado exercem uma função de suprema importância — impedem que o público em geral perceba o que de fato está acontecendo.

Se o público ao menos se desse conta do logro, pode ser que ele tornasse mais recalcitrante em aquiescer com todos os éditos do governo e com todas as suas demandas por tributos. Isso seria como jogar areia em toda a engrenagem estatal de opressão e esbulho, a qual funciona hoje muito bem azeitada.

Como um exercício, convido o leitor a testar essa hipótese SAM (subornar, ameaçar, mentir): veja se você consegue descobrir alguma atividade governamental, qualquer uma, que não se encaixe em pelo menos uma dessas três rubricas.


20 de setembro de 2016
Instituto Ludwig von Mises

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