"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 31 de julho de 2016

TURQUIA: EXPURGOS PROSSEGUEM E ISLAMIZAÇÃO AVANÇA

Conforme havíamos informado em artigo anterior, existem evidências cada vez mais fortes de que o ditador Recep Erdogan esteja conduzindo uma autêntica revolução islâmica na Turquia, eliminando o caráter secular das instituições de estado do país e encaminhando para se tornar uma teocracia islâmica nos mesmos moldes do regime iraniano. Os expurgos e perseguições continuam a dar a tônica na vida política turca após o aparente fracasso da tentativa de intervenção militar de dias atrás.

Na quarta-feira, o regime de Erdogan mandou fechar 130 veículos de imprensa no país, incluindo emissoras de rádio e de televisão e agências de notícias, além de jornais e revistas e distribuidores de publicações. Os expurgos também prosseguem nas forças armadas. Na mesma quarta-feira, mais 1.600 militares foram expulsos das corporações, incluindo 149 generais e almirantes, o que representa quase a metade dos oficiais de alta patente da totalidade das forças armadas turcas. Fontes citadas pela Al Jazeera também informam que Erdogan já decidiu fechar todas as escolas militares do país, enviando os cadetes para escolas civis comuns.

Depois da derrota da tentativa de intervenção militar, a Turquia vive sob estado de emergência, o que confere ao regime do ditador Erdogan a possibilidade de mandar prender qualquer pessoa por até trinta dias sem qualquer acusação formal e sem necessidade de decisão judicial. O próprio Ministério do Interior reconhece que já foram efetuadas cerca de quinze mil prisões e que cerca de oito mil e quinhentos militares foram desligados das forças armadas do país.

A aparente revolução islâmica que vem sendo conduzida por Erdogan parece ter como alvo estratégico as forças armadas do país, que são a oitava do mundo em termos de poderio bélico e que há décadas têm sido as responsáveis por manter o caráter secular das instituições de estado da Turquia e por manter o país de maioria muçulmana na esfera do mundo ocidental. Caso Erdogan seja bem sucedido em seu esforço de promover expurgos nas forças armadas, excluindo de seu comando os elementos seculares, ele conseguirá derrubar a única barreira que impedia a Turquia de se tornar uma autêntico estado islâmico, com o agravante de que o país faz parte da OTAN.

A possível transformação da Turquia em um regime teocrático muçulmano, o surgimento e a estabilização da monstruosidade representada pelo Estado Islâmico no Levante e a consolidação do Irã como potência nuclear são todos eles fatos geopolíticos decorrentes da política externa do socialista muçulmano Barack Obama. Conforme mostramos nesse outro artigo aqui, Obama se constituiu na figura mais perniciosa para o mundo ocidental nesse início de século, e após oitos anos à frente da Casa Branca deixará como legado um mundo mais inseguro e mais vulnerável à guerra permanente que o islamismo trava contra a civilização ocidental.


31 de julho de 2016
Paulo Enéas
crítica nacional

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