O deputado Jair Bolsonaro é muitas vezes criticado pela sua suposta falta de habilidade no uso das palavras e pela aparente rispidez de seu discurso. É bem verdade que nenhum líder político deve estar acima de críticas, mesmo aquelas feitas por quem o apoia. Mas é preciso entender que a maior parte das críticas dessa natureza feitas a Jair Bolsonaro se baseiam, muitas vezes inconscientemente, numa certa concepção de discurso político que é ditada pelo politicamente correto. Mas acontece que o politicamente correto nada mais é do que uma ferramenta inventada pela esquerda para justamente cercear a liberdade de pensamento e de expressão.
O politicamente correto é uma poderosa arma de engenharia social que opera na esfera linguística da guerra política e que, sob o pretexto de querer estabelecer uma norma de discurso que se paute pela educação e pela polidez e pelo respeito ao público ou ao interlocutor (características que toda pessoa civilizada aprecia, sem dúvida) serve na verdade para determinar de modo autoritário o que uma pessoa pode ou não pode falar. E essa censura ou mordaça ao pensamento segue critérios estritamente ideológicos que podem ser resumidos da seguinte maneira: o político ou mesmo a pessoa comum não pode falar nada que conteste ou que esteja em desacordo com as narrativas e com a agenda ideológica impostas pela esquerda.
Assim, o politicamente correto serve como blindagem e escudo para proteger a ideologia esquerdista de qualquer contestação. Lideranças políticas ou pessoas comuns que se recusam a aceitar as imposições do politicamente correto são imediatamente taxadas de “polêmicas” ou de extremistas ou radicais de direita ou fundamentalistas. E essa rotulagem não se dá pelo conteúdo daquilo que dizem, mas pela sua recusa em enquadrar seu discurso dentro dos limites impostos pela ideologia de esquerda através do politicamente correto.
É por esta razão que lideranças como Donald Trump nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro aqui em nosso país, Marine Le Pen na França e líderes do Sweden Democrats da Suécia são todos tratados da mesmíssima forma e com a mesma rotulagem de extremistas por toda a esquerda internacional e a de seus respectivos países. A rotulagem comum não diz respeito necessariamente ao que cada um desses líderes afirma, mesmo porque eles afirmam coisas diferentes que dizem respeito a problemas diferentes relativos a países diferentes, o que deveria ser uma obviedade, aliás. A rotulagem se deve ao fato de tais líderes se recusarem a se dobrar ao politicamente correto.
Por essa razão, é fundamental que um líder político de direita se recuse a se dobrar às imposições do politicamente correto. É somente por meio dessa recusa altiva e segura que um autêntico líder de direita pode ter a contundência necessária para dizer o que tem que ser dito, sem se preocupar em ofender os ouvidos sensíveis daqueles que vivem em um mundo encantado protegido por uma bolha gramsciana.
Nigel Farage, o líder do UKIP, o Partido pela Independência do Reino Unido, nos dá um exemplo dessa contundência necessária a um líder de direita, no vídeo mostrado nessa matéria. Nigel Farage usa da contundência necessária, que rompe com o politicamente correto, para dizer a um burocrata boçal da União Europeia aquilo que o povo inglês gostaria de dizer e que ficou expresso pela decisão desse mesmo povo ao votar pelo Brexit.
01 de julho de 2016
in Paulo Eneas
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