Por via das dúvidas, melhor esperar amanhã. As indicações são de que a maioria dos deputados votará pelo impeachment da presidente Dilma. Certeza não há, mas as oposições contavam ontem com 349 votos, sete a mais do que o número necessário. As bancadas do governo fazem contas diferentes, esperam que apenas 308 se tenham comprometido com o afastamento de Madame.
O vento sopra no rumo dos adversários dos detetores do poder, mas o vento costuma mudar, não obstante as tendências.
A pergunta é sobre o que acontecerá neste domingo, entre o início da coleta de votos e o final da sessão, marcada para as 14 horas. Antes ou depois da meia noite, já na segunda-feira, lamentos e comemorações ocuparão Brasília e o resto do país. Vai quebrar o pau, seja de que lado for.
Não se supõe os manifestantes invadindo o palácio do Planalto, no caso, para expulsar a presidente da República. Ou sequer para carregá-la em triunfo, na outra hipótese. Ela mesmo terá tomado suas precauções, ou seja, buscado abrigo no palácio da Alvorada, residencia que ficará à sua disposição como moradia, enquanto durar o entrevero. Mesmo afastada da chefia do Executivo pelo máximo de 180 dias, ela aguardará o pronunciamento do Senado, a palavra final. Caraterizada a defenestração, sairá da História. Confirmada a permanência, precisará encontrar nova imagem para enfrentar a mais áspera de suas funções, de mudar o país de alto a baixo sob violenta rejeição.
O fenômeno que agora se desenvolve à vista de todos revela múltiplas faces. A primeiro, de que Madame não deu certo. Seus planos e programas de governo deram em nada na medida em que o desemprego multiplicou-se, as oportunidades minguaram, as fábricas fecharam, a atividade econômica escafedeu-se e os serviços públicos foram para o brejo. Há quem julgue exagerada essa visão e até faça parte de uma trama engendrada pelos economicamente poderosos para recuperarem seus privilégios. Afinal, certas iniciativas no campo social, estabelecidas pelo governo Lula, prejudicaram a vida das elites. Elas aproveitaram a oportunidade do fracasso na economia para tirar a forra. Claro que impulsionadas pela incompetência. Junte-se a isso a avalancha da corrupção, estimulada pelos que se imaginaram donos do poder, leia-se PT, Lula e penduricalhos.
Aí está o resultado: quase todos envolvidos nas facilidades de um sistema podre, de um lado, e outros em cobrar o tempo perdido. No meio, o cidadão comum. Será esse o que vai para as ruas, exigindo compensações? Pode ser que não, preparando-nos ainda para o pior...
16 de abril de 2016
Carlos Chagas
O vento sopra no rumo dos adversários dos detetores do poder, mas o vento costuma mudar, não obstante as tendências.
A pergunta é sobre o que acontecerá neste domingo, entre o início da coleta de votos e o final da sessão, marcada para as 14 horas. Antes ou depois da meia noite, já na segunda-feira, lamentos e comemorações ocuparão Brasília e o resto do país. Vai quebrar o pau, seja de que lado for.
Não se supõe os manifestantes invadindo o palácio do Planalto, no caso, para expulsar a presidente da República. Ou sequer para carregá-la em triunfo, na outra hipótese. Ela mesmo terá tomado suas precauções, ou seja, buscado abrigo no palácio da Alvorada, residencia que ficará à sua disposição como moradia, enquanto durar o entrevero. Mesmo afastada da chefia do Executivo pelo máximo de 180 dias, ela aguardará o pronunciamento do Senado, a palavra final. Caraterizada a defenestração, sairá da História. Confirmada a permanência, precisará encontrar nova imagem para enfrentar a mais áspera de suas funções, de mudar o país de alto a baixo sob violenta rejeição.
O fenômeno que agora se desenvolve à vista de todos revela múltiplas faces. A primeiro, de que Madame não deu certo. Seus planos e programas de governo deram em nada na medida em que o desemprego multiplicou-se, as oportunidades minguaram, as fábricas fecharam, a atividade econômica escafedeu-se e os serviços públicos foram para o brejo. Há quem julgue exagerada essa visão e até faça parte de uma trama engendrada pelos economicamente poderosos para recuperarem seus privilégios. Afinal, certas iniciativas no campo social, estabelecidas pelo governo Lula, prejudicaram a vida das elites. Elas aproveitaram a oportunidade do fracasso na economia para tirar a forra. Claro que impulsionadas pela incompetência. Junte-se a isso a avalancha da corrupção, estimulada pelos que se imaginaram donos do poder, leia-se PT, Lula e penduricalhos.
Aí está o resultado: quase todos envolvidos nas facilidades de um sistema podre, de um lado, e outros em cobrar o tempo perdido. No meio, o cidadão comum. Será esse o que vai para as ruas, exigindo compensações? Pode ser que não, preparando-nos ainda para o pior...
16 de abril de 2016
Carlos Chagas
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