"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 11 de março de 2016

SUIÇA VAI ENVIAR EXTRATOS DA ODEBRECHT PARA O JUIZ MORO



Moro ganhou mais uma batalha judicial, desta vez na Suíça
















O Ministério Público da Suíça autorizou nesta quinta-feira, 10, a transmissão de documentos e extratos bancários envolvendo contas supostamente controladas pela Odebrecht ao Brasil e sua utilização pelo juiz federal Sérgio Moro em processos na Operação Lava Jato. No início de fevereiro, a empresa brasileira alegou que havia obtido uma vitória nos tribunais suíços ao conseguir que a cooperação entre o Brasil e Suíça fosse obrigada a passar por uma revisão. Agora, uma nova decisão confirma a legalidade da transmissão dos dados e de seu uso.
Em meados do ano passado, a Odebrecht passou a ser investigada pelos suíços, sob a suspeita de terem usado contas e empresas offshore no país para pagar propinas no Brasil.
Contas foram bloqueadas e o MP iniciou a transmissão de dados ao Brasil. O Estado revelou em outubro de 2015 que a Odebrecht havia contratado advogados na Suíça para tentar bloquear o envio dos documentos. Em agosto, esses advogados questionaram o próprio Departamento de Justiça da Suíça, argumentando que o envio ao Brasil seria uma medida desproporcional por parte dos suíços e que o Brasil não teria apresentado provas suficientes que justificassem a cooperação entre os dois países. A cooperação, porém, foi adiante.
RECURSO
A empresa brasileira apresentou um recurso diante do Tribunal Penal Federal que considerou que, no final de janeiro, o MP errou ao enviar os documentos e extratos bancários ao Brasil sem dar a chance para que os suspeitos envolvidos no caso pudessem ter feito um recurso para impedir a entrega dos dados.
A decisão não exigia que a cooperação fosse suspensa e nem que os documentos já enviados fossem devolvidos. Mas solicitava que o processo fosse revisto. “O Escritório do Procurador-Geral iniciou o procedimento retrospectivo de assistência mútua ordenado pelo Tribunal Penal Federal da Suíça”, explicou o email do MP à reportagem do Estado.
No final do mês passado, portanto, a decisão do MP foi a de manter a transmissão dos documentos bancários ao Brasil. “No dia 29 de fevereiro, o Procurador Geral emitiu decisões finais e solicitou a transmissão dos documentos relevantes”, confirmou o MP.
Segundo a Procuradoria, as partes envolvidas podem ainda entrar com um recurso diante da Corte de Apelação do Tribunal Penal Federal. A Odebrecht teria 30 dias para fazer esse pedido.
PROVAS FUNDAMENTAIS
Para os investigadores, os extratos das contas movimentadas pela Odebrecht podem ser considerados como fundamentais para entender quem foram os beneficiados pelas propinas. Pelos extratos, pagamentos foram identificados para ex-dirigentes da Petrobrás.
Juntas, as offshores ligadas à Odebrecht – Smith & Nash, Golac, Sherkson e Havinsur – teriam feito pagamentos de US$ 168 milhões entre 2006 a junho de 2014. Desse total, US$ 15 milhões foram para contas dos ex-diretores da Petrobrás.
No próximo dia 17 de março, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estará em Berna para reuniões com o procurador-geral suíço, Michel Lauber.

11 de março de 2016
Jamil Chade
Estadão

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