"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 30 de março de 2016

AUTORA DO PEDIDO DE IMPEACHMENT DIZ QUE SOBRAM CRIMES DE RESPONSABILIDADE

JURISTA AUTORA DO PEDIDO DIZ SOBRAR MOTIVOS PARA IMPEACHMENT

PARA JANAINA PASCHOAL, GOVERNO CRIOU FALSA SENSAÇÃO DE ESTABILIDADE. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO


Uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a jurista Janaina Paschoal abriu sua apresentação na comissão do impeachment rebatendo a afirmação de que impeachment sem crime fundamentado é golpe. "Estamos diante de um quadro em que sobram crimes de responsabilidade", acusou Janaina, para um plenário lotado. A jurista disse que os eleitores foram vítimas de um golpe e que o governo criou um ambiente de falsa sensação de estabilidade. "Vítimas de golpe fomos nós", declarou.

Janaina afirmou que há configuração de um "quadro omissivo doloso da presidente", principalmente no que se refere às denúncias de corrupção na Petrobras. Sobre as pedaladas fiscais, tema principal do pedido de afastamento da presidente, a jurista ressaltou que foi utilizado dinheiro de bancos públicos "sem ter condições, sem ter arrecadação". Ela enfatizou que o governo fez operações de crédito com instituições financeiras controladas de forma irregular.

Assim como o jurista Miguel Reale Júnior, Janaina também foi interrompida algumas vezes em sua apresentação por deputados alinhados com o Palácio do Planalto. "Se tomaram empréstimos de instituições controladas e se fez isso em um número de operações justamente no ano eleitoral. Isso é importante para nossa denúncia. Isso caracteriza a fraude eleitoral. Na população, se criou um sentimento de segurança financeira e fiscal que já não havia", pontuou.

Para a jurista, o eleitorado foi iludido ao acreditar que tudo que estava sendo prometido em campanha seria cumprido, enquanto havia uma "sangria do lado de lá". Ela também questionou a fonte de financiamento de campanhas no exterior e a indicação do marqueteiro do PT João Santana para esses trabalhos. "Quem pagou essa conta?", ponderou.

No final de seu discurso, a jurista voltou a dizer que "o povo foi enganado" e que não lhe é agradável a pecha de "golpista". "Não é confortável esse sentimento que estamos praticando um golpe", afirmou.

Em sintonia com a oposição, Janaina disse que a responsabilidade fiscal e a capacidade de programação não são valores "nesse governo" e acusou o governo petista de agir como se o Estado pertencesse ao PT. Neste momento, a jurista foi aplaudida pela oposição e os governistas protestaram. Ela ainda sugeriu que os parlamentares assistissem a um vídeo onde o atual advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, diz que o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal é passível de impeachment.

"Estamos passando um País a limpo. Quando as pessoas vão às ruas, estão esperando que essa Casa tome providências. Não é só afastar a presidente, é afastar e mudar tudo que está errado na política brasileira", finalizou a jurista, sob aplausos efusivos da oposição e gritos de "não vai ter golpe" dos contrários ao impeachment. (AE)



30 de março de 2016
diário do poder

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