"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

PETROLÃO FAZ BRASIL DESPENCAR 7 POSIÇÕES EM RANKING DE CORRUPÇÃO

DILMA, CUNHA E FALTA DE NOVAS LEIS SÃO CRITICADOS POR ONG

TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL DIZ QUE ARGUMENTOS DE DILMA DE QUE AS INVESTIGAÇÕES SÓ ESTÃO OCORRENDO POR QUE ELA DEU CONDIÇÕES "É ARTIFICIAL E INVÁLIDA" (FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO)


O Brasil despencou sete posições no ranking internacional da corrupção, compilado todos os anos pela ONG Transparência Internacional. 
Após a descoberta do petrolão pela Operação Lava Jato, o País, caiu para a 76ª posição no ranking de 168 países – a maior queda no mundo.

E o problema não foi só o esquema de corrupção descoberto na Petrobras, mas a falta de medidas estruturais para evitar a continuação de subornos e propinas.
 
A entidade alertou que enquanto não houver uma reforma de fato no Brasil, as punições adotadas contra ex-diretores da Petrobras não serão suficientes para acabar com a corrupção no País e que “novas máfias” podem “se apoderar uma vez mais das estatais”.

A ONG avalia a percepção internacional da corrupção a partir de sondagens colhidas por diferentes entidades. A Dinamarca é, segundo o ranking, o país menos corrupto do mundo, sendo a Coreia do Norte e a Somália os piores casos.

Para o diretor da Transparência Internacional para a América Latina, Alejandro Salas, a Operação Lava Jato, as prisões de executivos e políticos tem sido “ofuscados” pela falta de reformas reais no Brasil e pelo comportamento dos líderes políticos. “A corrupção sempre existiu no Brasil. Ela não é algo de 5 ou 20 anos”, disse em entrevista à Agência Estado.

“Dilma Rousseff venceu as eleições, mas suas reformas propostas na campanha não avançaram nem sequer um centímetro e, enquanto não houver uma reforma política, o Brasil não vai avançar na percepção internacional. Enquanto houver uma disputa política e o Brasil estiver paralisado nela, nada vai melhorar”, ressaltou.

Para Salas, apenas punir os responsáveis pelo atual escândalo não é o que o mundo espera do Brasil. 
“Isso é importante e precisa continuar. Mas (o juiz Sérgio) Moro não é suficiente. Não se pode solucionar o problema estrutural da corrupção apenas com punições. 
Sem novas leis, o risco é de que, em cinco anos, veremos que uma nova máfia vai tomar conta uma vez mais da Petrobras ou de outras entidades, como o BNDES, e vão se apropriar uma vez mais das estatais”, alertou.

Salas também desmontou o argumento do governo Dilma de que as investigações só estão ocorrendo por que ela deu condições. “É artificial e inválida. O governo não está fazendo mais que sua obrigação e isso não é um favor a ninguém”, disse. Em sua avaliação, o “real teste”, viria se eventualmente o ex-presidente Lula, Dilma ou um outro líder fosse investigado.

A ONG também não poupou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de críticas e alerta que é justamente seu comportamento que “exemplifica” a desconfiança internacional com o Brasil. “O mundo se pergunta como Cunha pode ser um líder diante das acusações que pesam sobre ele. Isso manda um sinal muito ruim e ofusca o que foi feito na Lava Jato. Cunha está fazendo o contrário do que o mundo esperava do Brasil” disse.

"O País não caiu no ranking por que se descobriu a corrupção. Mas porque a briga política, a insistência de políticos em se manter no poder e a falta de reformas ofuscam o que as investigações estão fazendo ", afirmou Salas.

O Brasil, segundo o informe publicado neta quarta-feira, 27, em Berlim, está hoje empatado com Burkina Fasso e Zâmbia, abaixo de El Salvador, Bulgária e África do Sul. Com apenas 38 pontos de 100 possíveis no ranking, o Brasil ficou abaixo da média de pontuação do mundo ou das Américas e perdeu cinco pontos em um ano. 
A escala de 0 (considerado o mais corrupto) a 100 (considerado o menos corrupto) aponta ainda que o Brasil não atinge nem mesmo a média dos países árabes.

A tabela de honestidade na América do Sul tem o Uruguai como o país mais transparente no 21º, com índice de 74. O país mais corrupto é a Venezuela, com índice 17, na 158ª posição.



27 de janeiro de 2016
diário do poder

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