"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

PETISTA CONFIRMA A "INFLUÊNCIA" DE GABAS NOS FUNDOS DE PENSÃO



Gabas e Vaccari comandavam o esquema dos fundos
No curso da negociação de uma delação premiada, o ex-vereador Alexandre Romano (ex-PT) apontou o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas teria influência nas indicações para a Petros, fundo de pensão da Petrobras, e que os indicados “sabiam da necessidade do PT em arrecadar”. Em depoimento à Polícia Federal, Romano disse que Gabas —hoje secretário especial do Ministério da Previdência— “teria enorme influência nas indicações”.
No esboço de acordo, ele disse que “todos os indicados sabiam da necessidade do Partido dos Trabalhadores em arrecadar e da importância da Petros” para isso.
Apelidado de “Chambinho”, Romano foi vereador em Americana (SP) e é réu na Operação Lava Jato. Segundo as investigações, recebeu propina da empresa Consist, contratada pelo Ministério do Planejamento. Em agosto de 2015, foi preso e ficou em Curitiba até outubro. Hoje cumpre prisão domiciliar.
Chambinho, que é advogado, disse à PF que, em 2012, Lício da Costa Raimundo, amigo de Gabas e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, se associou a seu escritório de advocacia. Mas teve que deixar a sociedade, em 2013, para assumir a diretoria do Funpresp (Fundo de Previdência dos Servidores Federais) por indicação de Gabas. Hoje, Lício é diretor de investimentos da Petros.
INDICANDO GERENTE
O ex-vereador disse também que, com a chancela do ex-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT), indicou a sócia Thaís Brescia para a gerência da Petros. Ela não ocupa mais a diretoria.
Em seu depoimento, Chambinho contou ter sido apresentado a Gabas pelo ex-tesoureiro do PT. Segundo documento obtido pela Folha, Chambinho disse que “o senhor João Vaccari seria o responsável, no PT, pela nomeação em diversos fundos de pensão federais, notadamente Funcef e Petros”.
O ex-petista acrescentou que Vaccari o apresentou a Gabas, “na época secretário-executivo do Ministério da Previdência, pessoa da mais alta confiança do sr. João e do PT”.
À PF, Chambinho disse que com a prisão de Vaccari, a Petros “ficou sob responsabilidade do Sr. Wagner Pinheiro [ex-presidente da ECT e da Petros]”, mas que Gabas tinha forte influência. O ex-vereador afirmou que Lício “nunca teve experiência de mercado e não saberia efetuar os necessários contatos com os estruturadores e gestores dos fundos que permitiriam obter comissões”. E que a tarefa ficou a cargo de Thais Brescia.
QUEBRA DE SIGILO
Com base nesse depoimento, a PF solicitou a quebra de sigilo fiscal, telefônico e bancário de diretores e ex-diretores da Petros.
Titular da Previdência entre 2010 e 2015, Gabas é próximo da presidente Dilma Rousseff. Em agosto de 2013, levou a presidente para um passeio na garupa de sua motocicleta Harley-Davidson.
Chambinho ainda não teve seu pedido de delação homologado. Em depoimentos, disse que, entre 2010 e 2012, dividia com o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo e com Vaccari propina oriunda de contratos na pasta. Investigadores dizem que os desvios na pasta chegam a R$ 51 milhões.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O único erro na reportagem é a informação de que Gabas deu carona na moto à Dilma em 1973. Na verdade, os marqueteiros inventaram que Dilma saia incógnita de moto para passear sozinha à noite em Brasília (como Figueiredo realmente fazia, quando era presidente). A notícia foi imediatamente desmentida, porque Dilma não tem habilitação e nem sabe dirigir moto. A saída do Planalto foi inventar que ela ia na garupa de Gabas. Isso nunca aconteceu, mas ainda há quem acredite…(C.N.)

25 de janeiro de 2016
Catia Seabra
Folha

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