"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 17 de janeiro de 2016

AS PERGUNTAS DE NELSON JOBIM PARA O SUPREMO RESPONDER



Ex-ministro Jobim entra na briga contra o Supremo
A agenda política será intensa em 2016. O STF, em fevereiro (espera-se), publicará o acórdão da decisão do impeachment. A Câmara dos Deputados (diz-se) irá embargar para que o STF esclareça pontos. Anuncia o presidente da CD algumas questões:
1) Quanto à Comissão, o STF decidiu que não cabia candidaturas avulsas, pois os membros seriam aqueles indicados pelo líderes partidários, obedecida a proporcionalidade das bancadas, pois a expressão eleita significaria escolhida pelo líderes.
Pergunta-se:
  1. a) a exigência da CF de respeito a proporcionalidade partidária na composição da Comissão impõe que a nominada de seus membros seja sempre aquela indicada pelos líderes dos partidos?
  2. b) eleição não é uma das formas de escolha, como o é a indicação de um nome constante de uma lista tríplice?
  3. c) pode-se impedir, com recurso à sinonímia do voto do ministro Barroso, que a escolha não seja procedida pela forma prevista nas regras, ou seja, a eleição?
  4. d) se não pode haver outra nominata, respeitada a proporcionalidade (única exigência da CF), qual a finalidade de uma votação sem alternativas de escolhas?
  5. e) se o plenário não aprovar a nominata indicada pelos líderes, como deve ser solucionado o impasse?
2) Quanto ao Senado Federal, o STF decidiu que compete, por maioria simples, decidir sobre a instauração do processo.
Pergunta-se:
  1. a) o SF passaria a ser órgão revisor da CD, pois estaria negando execução/prosseguimento à decisão desta?
  2. b) a maioria simples do SF pode derrubar decisão da CD, tomada por maioria de dois terços?
  3. c) para que o procedimento qualificado da CD, instituído pela CF?
  4. d) em linguagem de processo, a aceitação da denúncia poderia ser rejeitada pelo SF?
  5. e) o entendimento não é contrário à CF pois esta dispõe que, admitida a acusação pela Câmara dos Deputados, será o PR submetido a julgamento perante o Senado Federal?
  6. f) ao atribuir-se ao SF a possibilidade de revisão da decisão da CD não importaria em concentrar em uma só casa duas competências que a CF distribui entre a CD (admissibilidade) e o SF (processamento e julgamento)?
  7. g) o rito no caso “Collor”, fixado sem contraditório pelo STF, não importou em confundir o rito dos processos contra ministros do STF e PGR da lei de 1950, onde somente figura o SF: admite a denúncia, processa e julga, sem participação alguma da CD?
Mas o que ocorrerá após a decisão final do STF, com a economia desabando? A disfuncionalidade não está a agravar-se em detrimento da Nação?
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Quando até Nelson Jobim se espanta com a decisão do Supremo, é sinal de que estamos no caminho certo com nosso modestíssimo Mandado de Segurança. (C.N.)

17 de janeiro de 2016
Nelson Jobim
Zero Hora

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