"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

CUNHA AMEAÇA DECIDIR HOJE MESMO O IMPEACHMENT DE DILMA... DE NOVO??


Hoje é o Dia D para dois personagens principais da política brasileira, cujos futuros estão entrelaçados. 
O Conselho de Ética se reúne para votar a admissibilidade da ação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que aguarda exatamente este resultado para decidir se aprova ou não um dos pedidos de abertura de impeachment da presidente Dilma Rousseff que estão sobre sua mesa. Se o Conselho de Ética rejeitar a ação contra ele, com os votos dos três deputados do PT que integram o colegiado, Cunha dará como cumprido o acordo celebrado com Lula, a presidente Dilma e o ministro Jaques Wagner, da Casa Civil, e esquecerá na gaveta os dois pedidos de impeachment que já ganharam parecer favorável da Assessoria Jurídica da Câmara. 
Mas se o Conselho de Ética da Casa decidir pela abertura do processo de quebra do decoro contra Cunha, o futuro de Dilma então não valeria uma nota de três reais.
Cunha sabe que o resto do acordo não será cumprido por Lula e Dilma, porque, devido ao escândalo de Delcídio do Amaral & Cia., os dois perderam totalmente a possibilidade de interferir no Supremo Tribunal Federal e na Procuradoria-Geral da República.
Reportagem de Daniel Carvalho e Daiene Cardoso, no Estadão, revela que aliados de Cunha confirmaram que ele não definirá o impeachment até que saia o resultado sobre o seguimento ou não de seu processo por quebra de decoro no Conselho de Ética, que pode culminar na cassação do mandato.
Trata-se de um os episódios mais deprimentes da História Republicana. O acordo entre Lula, Dilma, Wagner e Cunha é tão indecente que grande parte do próprio PT se recusa a aceitar. 
Para o Conselho de Ética, será muito difícil evitar a abertura do inquérito contra o presidente da Câmara, porque a mídia não dá um sossego e a opinião pública está atenta. Mas tudo é possível, ninguém pode garantir nada.
Cunha não tem a menor credibilidade, mas ainda é o Senhor do Anéis no caso do impeachment de Dilma. No último dia 18, às vésperas da sessão em que poderia ser lido o relatório favorável à admissibilidade do processo de cassação do presidente da Câmara, surgiu a informação de que o presidente da Câmara havia decidido deixar para 2016 qualquer definição sobre o impedimento de Dilma.
Depois, Cunha negou a notícia de que retardaria a decisão, mas comentou que não havia mais pressão popular, o impeachment perdera a razão de ser e só poderia ser novamente cogitado depois que a Câmara aprovasse o relatório do Tribunal de Contas da União, contrário à aprovação das contas de Dilma.
Com o escândalo do senador Delcídio Amaral e do banqueiro André Esteves, o presidente da Câmara mudou novamente de conversa e anunciou que poderia decidir o impeachment ainda em novembro ou nos primeiros dias de dezembro.
Bem, novembro já se foi e entramos em dezembro. 
A hora é esta. Como dizia Gonzaguinha, não dá mais para segurar… Ou o país se livra dessa administração ou vai mergulhar ainda mais nas trevas da estagflação.
PS – A mulher de Jaques Wagner, Fátima Mendonça, numa reunião social em Salvador, chamou Cunha de corrupto e pediu ao presidente do Conselho de Ética que ele seja logo cassado. Cunha ficou ainda mais desesperado e isso pode liquidar logo o acordo com Lula e Dilma, que foi costurado pelo próprio Wagner.
01 de dezembro de 2015
Carlos Newton

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