"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

DILMA EMPURROU EDUARDO CUNHA PARA DENTRO DO CALDEIRÃO, ONDE ELE MORRERÁ COZIDO

A dureza de Dilma com seu principal desafeto político acendeu a luz vermelha em todos os gabinetes do Palácio do Planalto

Foi pelo ralo a última esperança de Eduardo Cunha de salvar pelo menos seu mandato de deputado federal depois do que disse, ontem, a presidente Dilma Rousseff durante entrevista concedida em Estocolmo, capital da Suécia, onde se encontra.

Provocada por jornalistas interessados em saber se lhe causava constrangimento a repercussão internacional do caso Eduardo, Dilma devolveu:

- Seria estranho que causasse. Ele não integra o meu governo. Eu lamento que seja um brasileiro, se é isso que você está perguntando. Eu acho que se distingue perfeitamente, no mundo, o país de qualquer um de seus integrantes. Nenhum país pode ser julgado por isso ou aquilo. Eu lamento que aconteça com um brasileiro, com um cidadão brasileiro.

Eduardo acusou o golpe. Afinal, insiste em negar que seja verdade tudo o que se diz contra ele. E Dilma – logo a presidente da República – trata seu caso como se carecesse de dúvidas.

E não só isso. Dilma descartou a possibilidade de qualquer entendimento com Eduardo:

- Eu acho fantástica essa conversa de que o governo está fazendo acordo com quem quer que seja. Até porque o acordo do Eduardo Cunha não era com o governo, era com a oposição, e é público e notório.

A dureza de Dilma com seu principal desafeto político acendeu a luz vermelha em todos os gabinetes do Palácio do Planalto. Instalou-se, ali, o medo de que Eduardo retalie acatando algum pedido de impeachment contra Dilma.

Até amanhã, a oposição dará entrada na Câmara com um novo pedido de impeachment. Para dividir com Dilma os holofotes da mídia que, hoje, estão concentrados apenas nele, é possível que Eduardo caia na tentação de dar prosseguimento ao pedido.

Isso significaria, na prática, a abertura de processo. Uma comissão de 66 deputados e senadores teria até 90 dias para dar seu parecer sobre o pedido. Em seguida, o parecer seria votado no plenário.

Com dois terços dos 513 votos dos deputados, o impeachment de Dilma poderia ser aprovado. Se fosse, ela se afastaria do cargo para ser julgada pelo Senado. 

Eduardo Cunha no caldeirão (Foto: Arte: Antônio Lucena)


19 de outubro de 2015
Ricardo Noblat
in blog do beto

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