"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

TÉCNICOS DO TCU SÃO INDEPENDENTES, DIZ RELATOR DAS PEDALADAS




Relator diz que decisão será eminentemente técnica
Relator no TCU (Tribunal de Contas da União) das contas do governo Dilma Rousseff de 2014, incluindo as chamadas “pedaladas fiscais”, o ministro Augusto Nardes pediu urgência para a análise dos documentos encaminhados pelo Executivo ao tribunal. Nardes disse nesta quinta-feira (23) que não há prazo para concluir a análise da defesa de Dilma, mas afirmou que a urgência “acelera” o caso.
“Eu não tenho um prazo fixo. Mas determinei urgência para que seja avaliado o mais rápido possível pela equipe técnica”, disse o ministro.
Nardes disse ser “praxe” no TCU o prazo de 10 a 15 dias para análise das defesas, mas como o documento do governo reúne mais de mil páginas, não há data estabelecida para a sua conclusão pelo tribunal – que não descarta pedir informações adicionais à presidente caso algum ponto não tenha sido bem esclarecido.
Também disse estar aberto a continuar recebendo ministros do governo federal para conversar sobre as contas.
TODOS À DISPOSIÇÃO
Nardes recebeu ligação da Casa Civil nesta quarta (22), colocando todos os ministros à disposição do tribunal para explicações. “Eu disse que era importante que nos analisássemos inicialmente [a defesa] para depois receber pessoas diretamente envolvidas nas ‘pedaladas’ e no contingenciamento, que são os pontos mais importantes desses 13 itens”, afirmou.
Segundo Nardes, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) já pediu nova audiência e será recebido nos próximos dias.
O relator afirmou que a análise das contas do governo Dilma será estritamente “técnica”, mesmo diante de “ilações” de que o TCU atua com um viés político porque alguns ministros são indicados pelo Congresso. As contas serão analisadas por técnicos do tribunal que, segundo o ministro, são “independentes” e não têm ligações políticas.
INDEPENDÊNCIA
“Todos [os ministros] são eleitos de forma independente. Não temos cargos político. Não há indicação politica de A, B, ou C, como acontece em outras cortes do país. Eu mesmo fui eleito de forma independente”, afirmou.
Para dar transparência ao processo, Nardes disse que encaminhou cópia da defesa de Dilma a todos os ministros do tribunal. Após a análise dos técnicos, o resultado será enviado aos ministros, que terão cinco dias para ler os documentos.
“Aí poderemos estar preparados para votar, mas agora não posso estabelecer ainda o prazo que teremos porque podem surgir dúvidas”, afirmou.
DEFESA EXTENSA
O documento tem 113 páginas de resumo da defesa e 900 de anexo, com notas técnicas de ministérios, tabelas e outros dados. O principal argumento do Palácio do Planalto é que as pedaladas eram também utilizadas por governos anteriores, como o do tucano FHC, e por 17 Estados do país.
Por meio das manobras, o governo usou bancos públicos, como a Caixa, para pagar benefícios sociais como Bolsa Família e seguro-desemprego em momentos de falta de recursos no Tesouro Nacional.
O governo vai insistir na tese de que as pedaladas não representam operações de crédito, mas sim um tipo de prestação de serviços. Dilma tem dito a aliados que a prática foi uma “operação cotidiana” entre o Tesouro e a Caixa.
O TCU argumenta que a manobra é sim uma operação de crédito e que a Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe que bancos públicos financiem o governo federal.

24 de julho de 2015
Gabriela Guerreiro
Folha

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