"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

BNDES É HOJE O MAIOR REALIMENTADOR DA DÍVIDA PÚBLICA















Em recente reportagem no Jornal O Globo, a qual recomendo, os repórteres Henrique Gomes, Danielle Nogueira e Fábio Vasconcellos informam que “menos de 5% das empresas representam 52,5% das operações de crédito do BNDES”, e neste grupo privilegiado estão companhias de petróleo, energia, mineração e telecomunicações.
Ao invés do banco de fomento promover o financiamento a todos os segmentos produtivos, principalmente àqueles geradores de empregos em larga escala, tornou-se um hospital das empresas privadas e concentrou a liberação de financiamentos aos grandes grupos, pois 57 grandes empresas obtiveram no mínimo 1 bilhão de reais, cada uma delas. Em cinco anos, mais de 450 bilhões foram emprestados.
Aqui mesmo no Blog, diversos comentaristas alertaram para o endividamento do país e o perigo do retorno do garrote do FMI, principalmente após o financiamento dos estádios de futebol (12 arenas) para cumprir os compromissos com a FIFA. Hoje são elefantes brancos, como o de Brasília, por exemplo. O Consórcio do Maracanã deseja entregar o estádio para o governo do Estado, lógico, não está dando lucro.
Em síntese: nada acontece por acaso, assim como não há almoço grátis. E o fato principal é que a atuação do BNDES está totalmente desvirtuada.
SAUDADES DO LESSA
Depois que Lula demitiu da presidência do BNDES o economista Carlos Lessa, um homem culto, transparente e nacionalista, o hospital das empresas privadas perdeu a credibilidade. O uso do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para socorrer países e empresários amigos do poder é um escárnio à sociedade e im desrespeito ao trabalhador. O mais estarrecedor é o silêncio constrangedor das centrais sindicais. Por esta razão, os trabalhadores lentamente se desfiliam dos Sindicatos, cujos dirigentes pensam que estão no governo, mas no fundo não passam de marionetes usados pelo poder.
No governo de FHC, as centrais faziam muito barulho, que não deram em nada, pois os tucanos privatizaram o que queriam privatizar e provocaram o maior arrocho salarial da história do servidor público. Agora, as centrais deixam privatizar sem dar um pio e se quedam inertes diante das demissões provocadas pelo ajuste fiscal comandadas por um neoliberal da Escola de Chicago.
“ARREPENDIMENTO”
Agora, a partir da confissão dos “malfeitos” cometidos, entre os quais a formação de cartel, superfaturamento das obras públicas, associações com doleiros para envio de dinheiro público para o exterior sem informar a Receita Federal e doações aos Partidos Políticos de forma não republicana, os empreiteiros desejam pagar uma multa para receber novamente financiamentos do BNDES e demais bancos públicos e principalmente voltar às licitações públicas.
Não basta apenas ressarcir a Petrobras, os reflexos decorrentes dos “malfeitos” incidem sobre o imposto de renda e principalmente na Previdência Social. A sonegação ampla, geral e irrestrita sobre a Previdência é um dos importantes responsáveis pelo propalado déficit enfadonhamente anunciado pelos governos, que colocam a culpa unicamente no aumento das aposentadorias e sempre reduzem o aumento dos proventos abaixo da inflação, sob a alegação de que agem assim para não quebrar o sistema.
Quanto ao BNDES, tornou-se o principal realimentador da dívida pública, com o governo emitindo títulos remunerados pela Taxa Selic (13,75% ao ano), para que o banco de fomento empreste com base na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), a 6% ao ano. Um negócio sem sustentação, coisa de amadores.

08 de junho de 2015



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