"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

PT DE UM LADO E POVO DO OUTRO...

SINFONIA DAS PANELAS SEPARA GOVERNO DO PT E A POPULAÇÃO


Em reportagem publicada na edição de 6 de maio, O Globo destacou o panelaço que se ouviu no país durante a exibição do programa do PT a noite de terça-feira, no horário político que, pela lei, cabe ao partido. Foi uma nova sinfonia semelhante àquela que se assistiu a 8 de março, quando a presidente Dilma Rousseff falou em rede nacional na comemoração do Dia Internacional da Mulher. O som das panelas repetiu a linha sonora que colocada de um lado o governo e o PT, de outro a sociedade brasileira, portanto a opinião pública, a população brasileira.
Essa divisão possui causas definidas. Os compromissos expostos ao longo da campanha eleitoral afastam a presidente da candidata vitoriosa nas urnas. A maior parte do eleitorado está sendo envolvido pela sensação de que perdeu vencendo, uma frustração difícil de superar, já que a vontade de resgatar o voto depositado no sistema eletrônico é impossível de realizar.
A sensação de perda é agravada pelo sucesso dos fatos que tingem a realidade do país, a começar pela cada vez mais comprovada corrupção na Petrobrás, a qual os petistas procuram minimizar ou ocultar de forma desesperada.Mas ela veio à tona e se reflete intensamente na sociedade.
CRISE ECONÔMICA
A inflação se acelera, o desemprego sobe, os salários baixam. O poder de compra se retrai. Em conseqüência,lojas fecham, fábricas dão férias coletivas, surgem as demissões incentivadas e também as não incentivadas, mas cujos resultados levam ao mesmo patamar, onde o desânimo predomina, existe uma atmosfera de instabilidade e pessimismo. Ainda por cima, os cortes sociais embutidos no ajuste fiscal. O povo poderia estar satisfeito? Impossível.
Além de tudo isso, a atitude da presidente Dilma Rousseff de tentar se colocar na retaguarda dos acontecimentos, como se nada tivesse a ver com o que ocorre. Não aceita a culpa, transfere para os outros. E de forma tão marcante que passou a dividir o poder, ora com Lula, ora com Michel Temer.
POSIÇÃO ESCAPISTA
Ao atribuir ao vice-presidente uma tarefa que cabe a ela presidente, procurou esquivar-se da missão de articular as ações políticas inerentes ao seu próprio mandato. De recuo em recuo, ela vai deixando o primeiro plano. Por esse caminho, no fundo escapista, a qualquer dia os eleitores quase não sentiram sua ausência. Estão faltando à presidente e ao governo, isso sim, não lances de marketing, mas uma coisa chamada boas notícias. Sim. Porque a comunicação entre o poder e o povo depende da transmissão de conteúdos positivos. Conteúdos que influenciam positivamente na vida das pessoas comuns. Que buscam a segurança social, o bem-estar, o aumento salarial, a boa aplicação dos impostos, os quais consomem em torno de 40% dos vencimentos de todos nós, e de nossas famílias.
A perspectiva psicológica do avanço, da melhoria, é muito profunda, inclusive porque todos nós, também, temos ciência plena de que o tempo não para. Ao contrário. Passa cada vez mais rápido, acelerado pelo motor inflacionário que, diariamente, empurra os preços para cima e, em conseqüência, a sociedade para baixo. A nova sinfonia das panelas e buzinas, sob um constante apagar e acender de luzes do protesto, tornou-se mais um capítulo do drama brasileiro ao tom do desânimo e da desesperança, na busca de soluções e ilusões perdidas.
08 de maio de 2015
Pedro do Coutto

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