"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O PODER SEM LIMITES DE UM EMPREITEIRO ESPERTALHÃO


O ciclo de corrupção que se abate sobre o país tem tentáculos espalhados pelos estados e municípios. Um exemplo marcante é a situação de Jaú, uma progressista cidade de São Paulo, onde atua o empreiteiro e empresário imobiliário Ailton Caseiro, que conseguiu influenciar até mesmo o Plano Diretor elaborado pela Câmara Municipal.

A situação chegou a tal ponto que em março de 2012 o juiz federal José Maurício Lourenço atendeu pedido do Ministério Público Federal em Jaú e determinou a indisponibilidade dos bens e a quebra do sigilo telefônico do então prefeito de Jaú, João Sanzovo Neto, de Ailton Caseiro, que é primo dele, e do ouvidor municipal Antonio Dias de Jesus. A liminar foi pedida pelo procurador da República Marcos Salati, em ação civil pública que apurou atos de improbidade administrativa na condução do novo Plano Diretor do município.

O MPF em Jaú investigava as ilegalidades na elaboração do novo Plano Diretor de Jaú desde 2006. O plano foi elaborado, votado e publicado em apenas três meses e, segundo o MPF, beneficiou Ailton Caseiro, o primo do prefeito, que foi favorecido com autorização para construir 12 dos 22 loteamentos previstos pelo Plano Diretor.

FESTIVAL DE IRREGULARIDADES

Para a elaboração do anteprojeto do Plano foi contratada sem licitação a Fundação para a Pesquisa Ambiental (Fupam), presidida por Francisco Segnini Júnior, que por sua vez, contratou o escritório do arquiteto Jorge Wilheim para realizar o anteprojeto. A subcontratação, afirmou o Ministério Público Federal, por si só já é ilegal.

O fato é que o empreiteiro Ailton Caseiro, ao longo dos anos, construiu um patrimônio milionário debaixo do manto da suspeita, pois são notórias as irregularidades cometidas no âmbito dos leilões judiciais, na maior parte das vezes por erros grosseiros da Justiça e conivência criminosa de magistrados. E ainda reforçou sua fortuna no rastro de obras superfaturadas na seara da Prefeitura municipal.

Sendo representante legal de suas empresas, Ailton Caseiro é réu em grande número de ações na Justiça do Trabalho, mas ao mesmo tempo, em leilões judiciais, arremata bens imóveis arrolados em processos também trabalhistas.
Em Jaú, ele conseguiu a proeza de arrematar um imóvel após encerrada a hasta pública, num acordo criminoso selado às escuras e longe dos olhos de outros interessados, dentro do gabinete do magistrado.

Esse exemplo de Jaú demonstra que a organização criminosa que derrete o Estado brasileiro sofre de metástase, conforme se comprova pela impunidade do empreiteiro Ailton Caseiro.

08 de dezembro de 2014
Vicente Limongi Netto

Nenhum comentário:

Postar um comentário