Muito a propósito da crônica política da psicóloga Myrthes Suplicy Vieira, revelando os absconsos grotões da nossa política e da atual situação em que se encontra o país, que toma emprestado, de modo muito oportuno, o título de uma obra do Conde Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior - escrita no 4o. centenário da nossa pátria, um panegírico que exalta a grandeza do Brasil, e que se confronta com as nossas esperanças de realmente sermos um país grandioso.
Claro que a grandeza de que precisamos, não é aquela que nos brindou a natureza, mas a de caráter dos nossos homens públicos.
Vejo na TV um dos advogados de defesa de um dos envolvidos no 'affaire' petrolão, justificar ser "normal" a propina em qualquer obra que se realize no país...
Uma declaração absurda, que mais condena do que absolve o indigitado.
Não sei o que diria o Conde nos dias republicanos de hoje. Será que se ufanaria com olhar o país apenas pela "natureza que Deus nos deu", e como dizem as más línguas, "mas veja o povinho que nele habita", ou ficaria mais indignado com a falta de espírito público que rege o Congresso Nacional, uma obra belíssima de arquitetura, mas que apesar da sua beleza é de extrema feiura quando mostra a confabulação silenciosa dos nossos políticos?
Ao relatar as indignidades do nosso país, a psicóloga desenha uma pátria desgrenhada, hostilizada, saqueada e abandonada dos ideais verdadeiramente democráticos, aqueles que de fato, representam a vontade do povo, e que por ele trabalham buscando a realização de projetos de políticas públicas que o faça feliz, saudável, educado...
Vale a ressurreição da obra do Conde Afonso Celso, um clássico das nossas letras, que diante dos 'petrolões' que atropelam a República, nos dão uma sensação agradável e patriótica de que podemos ser muito melhor do que os profanos que nos despojam das nossas riquezas e, sobretudo, das nossas esperanças...
Cito para terminar, o que pensam aqueles que não olham apenas para as nossas graças naturais:
"O New York Times reconhece a supremacia do sistema de corrupção montado nos últimos 12 anos no país.
O caso Petrobras com seus desdobramentos é o maior caso de corrupção em país democrático na história do mundo moderno. As somas superam o PIB da maioria dos países."
m.americo
Talvez interesse a algum navegante, a leitura da obra do Conde... Assim, facilito com o endereço do ebook
O Conde Afonso Celso foi um dos 30 fundadores da Academia Brasileira de Letras, contando entres esses, nomes como o de Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Machado de Assis, Rui Barbosa, Visconde de Taunay...
Foi Presidente da ABL em duas oportunidades: em 1925 e em 1935.
Faleceu em 1938.
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/ufano.html
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