Quando ficar claro que Marina não é uma alternativa, mas um aprofundamento das políticas que vêm sendo implementadas há anos no país, será tarde demais.
Minhas críticas aqueles que têm declarado seu voto à Marina Silva não é por sua escolha eleitoral, especificamente. O que mais me incomoda é que essa escolha tem se mostrado absolutamente irracional, unicamente baseada nas impressões que a figura de Marina transmite.
Sem nenhum problema, eu poderia respeitar o voto baseado na ideologia da candidata do PSB. Consideraria absolutamente normal, mesmo não concordando, que alguém votasse nela, por causa de seu ódio ao agronegócio, sua visão socialista radical e até por sua ideia de democracia participativa.
Mas o que está ocorrendo é que as pessoas estão pretendendo votar nela por razões exatamente contrárias à própria ideologia e histórico político da candidata. Estão confiando em uma imagem de conciliadora que ela pretende transmitir; acreditando que Marina Silva é uma opção menos radical do que os caminhos traçados pelo PT até agora; crendo que ela representa uma forma alternativa de fazer política.
No entanto, nada disso se encaixa no perfil da política acreana. Marina Silva sempre foi radical, transitando nas alas mais extremas da esquerda brasileira. Nunca foi uma conciliadora, pelo contrário, demonstrou uma dificuldade terrível de se compor mesmo com seus aliados. E ela não representa, de maneira alguma, uma política alternativa, ou será que alguém acredita que uma pessoa que galgou os maiores postos dentro da velha política brasileira fez isso estando do lado de fora dessa mesma política?
O pior é ver pessoas que vinham criticando o PT de maneira ferrenha, simplesmente caírem no canto da sereia marinista, aceitando a ideia que ela é uma alternativa viável para estar à frente da direção do país.
Eu até posso aceitar que alguém vote em Marina Silva por razões ideológicas. Isso seria bem mais coerente. O que não dá é ter que ouvir de pretensos anti-petistas o discurso de que é preciso, de qualquer maneira, quebrar a hegemonia do atual governo, colocando alguém que, de maneira alguma, é diferente do que está aí.
Quando a candidata verde apresentar sua verdadeira face para o grande público, quando de sua rede brotarem os radicais ambientalistas e ongueiros, prontos para dominar a nação, quando ficar claro que Marina não é uma alternativa, mas um aprofundamento das políticas que vêm sendo implementadas há anos no país, será tarde demais e restará para aqueles que confiaram seus votos nela o arrependimento por tamanha estupidez.
20 de setembro de 2014
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