"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 16 de março de 2014

VIAGEM ASTRAL



 
Um dos livros bíblicos de interpretação mais difícil é, sem dúvida, o Apocalipse de João. Ele encerra o Novo Testamento e faz previsões sombrias sobre o futuro deste planeta. Sempre tive particular atração por ele, e talvez isso explique os estranhos fatos acontecidos comigo.
Ainda que sob o risco de ser considerado maluco (e isso não é de todo falso), tenho que partilhar com vocês uma experiência ao mesmo tempo assustadora e esclarecedora que se passou comigo, depois que tomei conhecimento das notícias de ontem.
As informações me trouxeram tanta ira que comecei a me sentir estranho e achei que estava tendo um infarto. Saí do meu estado normal e, na lassidão que se apossou de mim, tive a visão de um dos sete anjos do Apocalipse que conduziam as sete ampolas, cada uma responsável por desgraças extremamente dolorosas para a humanidade.
E ele voltou-se para mim e repetiu suas palavras, que bem conheço:
“Vem cá que te mostrarei a condenação da grande prostituta que está sentada à beira de muitas águas, com a qual se prostituíram os reis da terra e com o vinho de sua luxúria embriagaram-se os habitantes da terra. (....). Na sua fronte estava escrito um título, um arcano: Babilônia, a grande, a mãe das artimanhas impuras e das abominações na terra” (Apoc.17: 1 e 5)
E continuou: “Como sei que te interessas por esse livro, hoje, em vista do que se passa em teu país, me sinto obrigado a te explicar aquelas palavras e te mostrar quem é realmente a grande prostituta, em tua terra”
Como que anestesiado, vi surgir uma nuvem e pouco a pouco, dela foi emergindo uma imagem. Era uma senhora, com uma venda nos olhos e uma balança de dois pratos em uma das mãos. Em sua testa estava escrita uma frase cujo começo eram três letras maiúsculas que, em meu torpor, não consegui ler direito pois a nuvem não se desfez completamente. A primeira não entendi, mas tenho certeza que a do meio era um T. A última era um E ou um F, não posso afirmar. E a frase continha mais ou menos as mesmas palavras do Apocalipse:
“? T E (ou F), o grande, a mãe das artimanhas impuras e das abominações na terra que já foi de Santa Cruz”
Como eu permanecesse estático e assustado, acho que o anjo me julgou um tanto curto de raciocínio e tentou me explicar: “essa senhora, no teu país, é a grande prostituta, meu filho!” E eu sem mover um músculo da face. Ele fez outra tentativa: ou meretriz, ou cortesã ou....
E como eu continuasse embasbacado, acho que ele achou que estava perdendo seu tempo, abandonou por um instante seu status angelical e soprou em meu ouvido: “em tua terra, essa senhora é uma PUTA, meu filho. PUTA! Entendeste agora? “
E desapareceu.
 
16 de março de 2014
José Gobbo Ferreira é Coronel, Reformado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário