por Gordon G. Chang
5 de Dezembro de 2021
Original em inglês: China's 'Morally Bankrupt' Olympics
Tradução: Joseph Skilnik
O sumiço da estrela do tênis Peng Shuai no corrente mês levou muitos ao redor do mundo a questionarem a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 em Pequim. O Início dos jogos está programado para o dia 4 de fevereiro.
Agora é a hora do mundo encarar a realidade do Partido Comunista da China e o dantesco sistema por ele montado. Só há uma alternativa correta: transferir os jogos para outro país.
O regime fará com que Peng se retrate publicamente das acusações ou irá destruí-la. A pessoa não significa nada no sistema atual da China. Demasiadamente, a televisão estatal tem transmitido execráveis confissões de indivíduos que claramente não se aguentam mais em pé.
Há inúmeras razões para se boicotar ou transferir as Olimpíadas de Pequim... Obviamente, nenhum grupo governante que organiza estupro, escravidão, detenção em massa, tortura, assassinatos e extração de órgãos deveria poder, entre outras coisas, sediar eventos esportivos internacionais.
O Comitê Olímpico Internacional sustenta que essas atrocidades não são da sua conta. No entanto, a proteção dos atletas é. A detenção de Peng nos diz que os atletas não estarão seguros na China. Afinal, os jogos tratam acima de tudo dos competidores e sua segurança pessoal deve ser a principal preocupação.
Mesmo nesta data tardia, é hora de boicotar ou transferir os jogos da China para outro país.
O sumiço da estrela do tênis Peng Shuai (foto acima) no corrente mês levou muitos ao redor do mundo a questionarem a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 em Pequim. Ora, somente os moralmente degenerados poderiam considerar ser uma boa ideia permitir que o regime chinês que toma reféns, protege estupradores e comete genocídio seja anfitrião desta competição. (Foto: Wang He/Gettyges)
O sumiço da estrela do tênis Peng Shuai no corrente mês levou muitos ao redor do mundo a questionarem a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 em Pequim. O Início dos jogos está programado para o dia 4 de fevereiro.
Ora, somente os moralmente degenerados poderiam considerar ser uma boa ideia permitir que o regime chinês que toma reféns, protege estupradores e comete genocídio seja anfitrião desta competição.
Agora é a hora do mundo encarar a realidade do Partido Comunista da China e o dantesco sistema por ele montado. Só há uma alternativa correta: transferir os jogos para outro país.
Por décadas a fio, os grandes crimes do comunismo chinês foram deixados de lado porque havia a esperança de que, com o passar do tempo, ele evoluiria e se tornaria benigno. Quando o "reformador" Deng Xiaoping chutou Hua Guofeng para escanteio, o sucessor escolhido por Mao Tsé-Tung e arquitetou no final de 1978 o histórico Terceiro Plenário, observadores externos acharam que estavam vendo uma "Nova China", inédita e supina.
Na verdade, quando o Partido Comunista embarcou no gaige kaifang, a política de "reforma e abertura" - o regime moderou a política externa e relaxou ou eliminou os totalitários controles sociais. Então reinava o otimismo.
Agora já não reina mais. O caudilho ora no poder reverteu as tendências que muitos estrangeiros, bem como o próprio povo chinês, aplaudiram. A classe governante, jamais benevolente, tornou-se ainda mais monstruosa sob o comando de Xi Jinping.
Entra em cena a jovem Peng, heroína do esporte e queridinha do público chinês. Em 2 de novembro, ela postou no Weibo, muitas vezes chamado de Twitter chinês, uma acusação segundo a qual Zhang Gaoli, auxiliado pela esposa,pressionou-a a manter relações sexuais.
Tratava-se de uma acusação sem precedentes na história da República Popular da China. Zhang já foi um consagrado líder, vice-premier que também serviu de 2012 a 2017 no Comitê Permanente do Politburo do Partido Comunista, mais alta instituição do país.
A postagem de Peng foi retirada em questão de meia hora, e a bicampeã de duplas do Grand Slam, Wimbledon em 2013 e o Aberto da França em 2014, sumiu.
Em 17 de novembro, a China Global Television Network (CGTN), braço internacional da emissora estatal chinesa China Central Television, divulgou o texto de um e-mail, em inglês, supostamente verdadeiro, escrito por Peng. Na mensagem, descrita corretamente por muitos como "assustadora", ela disse que estava "bem". Peng também disse que a "notícia" divulgada pela Women's Tennis Association ", incluindo a alegação de agressão sexual, não era verdadeira." Praticamente ninguém acredita que a mensagem seja autêntica e que também não tenha ocorrido coerção.
Na sequência, em 19 de novembro, um comentarista da CGTN postou três fotos de Peng no Twitter, fazendo crer que foram postadas pela primeira vez por um amigo da estrela do tênis no popular aplicativo chinês WeChat. Nas fotos, Peng parece estar feliz brincando com um gato e bichinhos de pelúcia e até com um panda.
Logo depois, Hu Xijin, editor-chefe do Global Times, tablóide do Partido Comunista, ressaltou em 19 de novembro no Twitter que em breve Peng "aparecerá em público e irá participar de algumas atividades".
Hu foi presciente. No dia seguinte, ele postou dois vídeos mostrando Peng em um restaurante neste mês insinuando que a conversação na mesa indicava que os vídeos foram gravados em 20 de novembro. No entanto, a história mal contada não convenceu, ficou óbvio que o script foi montado com o intuito de destacar a data em que a conversa hipoteticamente ocorreu.
Ao fim e ao cabo, Hu postou um vídeo de uma Peng sorridente em um evento de tênis em Pequim, alegadamente realizado na manhã de 21 de novembro.
Peng não é a única expoente detida nos últimos meses. O empresário Jack Ma, os jornalistas amadores Zhang Zhan e Chen Qiushi e a celebridade Zhao Wei também desapareceram. Considere isto um padrão.
A China de Xi Jinping é muito mais coercitiva e secreta do que a China de três décadas atrás, indicando que o regime está voltando aos velhos tempos. Mao e o admirador de Mao Xi refletem a verdadeira natureza do comunismo chinês.
O regime, já nas mãos de Xi Jinping é uma ameaça aos atletas que irão à China participar da competição, conforme ficou claro pelo incidente com Peng. "Os atletas são valiosos para o Partido Comunista, contanto que sejam ferramentas do estado", salientou Cleo Paskal, da Fundação para a Defesa das Democracias, ao Gatestone Institute. "Se eles tentarem ser independentes tornam-se um problema. O estado destruirá qualquer um que represente algum risco para o partido." Assim como Paskal, que também é ligada à Chatham House observa, Peng agora representa um risco para o governo.
É por isso que o regime fará com que Peng se retrate publicamente das acusações ou irá destruí-la. A pessoa não significa nada no sistema atual da China. Demasiadamente, a televisão estatal tem transmitido execráveis confissões de indivíduos que claramente não se aguentam mais em pé.
Em 18 de novembro o presidente Joe Biden, em resposta a uma pergunta de um repórter no Salão Oval da Casa Branca ,disse estar considerando um boicote diplomático aos Jogos de Pequim. O Senador Tom Cotton, republicano do Arkansas, acaba de pedir "boicote completo e total."
Há inúmeras razões para se boicotar ou transferir as Olimpíadas de Pequim. Até agora, os defensores de tais medidas têm se concentrado nas políticas genocidas do Partido Comunista contra os uigures e outras minorias túrquicas e demais crimes contra a humanidade. Obviamente, nenhum grupo governante que organiza estupro, escravidão, detenção em massa, tortura, assassinatos e extração de órgãos deveria poder, entre outras coisas, sediar eventos esportivos internacionais.
O Comitê Olímpico Internacional sustenta que essas atrocidades não são da sua conta. No entanto, a proteção dos atletas é. A detenção de Peng nos diz que os atletas não estarão seguros na China. Afinal, os jogos tratam acima de tudo dos competidores e sua segurança pessoal deve ser a principal preocupação.
Paskal ressalta que a realização dos jogos na China vai contra todo o conceito de competição olímpica. "As Olimpíadas são competições de indivíduos se esforçando para darem o melhor de si", salienta ela. "Isto é a antítese do Partido Comunista, que trata da subserviência do indivíduo aos objetivos do Estado."
Mesmo nesta data tardia, é hora de boicotar ou transferir os jogos da China para outro país.
Gordon G. Chang é o autor do The Coming Collapse of China, Ilustre Senior Fellow do Gatestone Institute e membro do Conselho Consultivo.
do gatestone institute. |
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