"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

CRÔNICA DE UMA SOCIEDADE DOENTE



A boa notícia é que multiplicam-se os sinais de que a ômicron é mesmo a instalação final da imunidade de rebanho na população mundial. A má é que, se isso se confirmar, a destruição do que resta da economia nacional passará a ser o único fator decisivo de sucesso da próxima eleição.

Ha sempre uma esperança para a torcida pelo cemitério. Mas ela ja não faz tanta diferença neste nosso país doente. Bolsonaro não seria Bolsonaro se deixasse seus inimigos chegarem até a eleição só com as “denúncias” de Renan Calheiros, Omar Aziz e Randolfe Rodrigues, as acusações de “amor à ditadura” contra os presos e os censurados por quem os mantem censurados e presos e a “proposta” do lulopetismo de, com Guido Mantega de volta ao timão, dar um definitivo “revogaço” no futuro do Brasil, restabelecer o mensalão daqueles “sindicatos” concebidos no útero do Estado como esses “partidos políticos” de 6,7 bilhões de reais seus irmãos, e ancorar o país para todo o sempre no modelo getulista/peronista dos primórdios do século 20 ao lado da Argentina, ou descer de vez até Cuba, Venezuela e as outras “democracias excessivas” que “o político mais honesto do mundo” nos aponta como exemplos do que quer para o Brasil.



Não! Bolsonaro faz questão de municiar seus inimigos com a sua esclarecida posição “antivac” no país cujo povo, para desespero de tantos, é o que mais acredita em vacinas no mundo, e não acata nem sugestões, nem ordens imbecis, venham elas recheadas só de estupidez ou de estupidez e mais a má fé que põe esse cheiro de podre no ar e, lamentavelmente, não se deixa “genocidar” nem mesmo para "salvar a democracia".

De marcha-a-ré exatamente desde a promulgação da constituição da privilegiatura, pela privilegiatura e para a privilegiatura, o povo brasileiro está careca de saber que tanto a inflação quanto a “demia” são PAN, que o “descalabro fiscal” é o de sempre e que a privilegiatura não para de morder porque os presidentes sindicalistas de fardados e de paisanos nos servem de bandeja para eles, abrindo cada temporada de “conquistas salariais” contemplando as castas de maior poder de chantagem, seja sobre o país (do banditismo) oficial (as polícias e ministérios públicos), seja sobre o país real (os auditores da Receita Federal), e não uma fabricação sibilina do coitado do Paulo Guedes.



Já aprendeu de velho que o risco maior que corre essa “vanguarda” que faz parte do “1% mais rico” do cada vez mais miserável Brasil, ao decretar as suas greves covardes contra o favelão nacional inerte “abrindo mão de cargos comissionados” sem abrir mão de salários ou de privilégios, é aparecer um desembargador de R$ 500 mil por mês, no país do “teto” de R$ 39 mil, disposto a mandar aplicar a lei contra eles. Ou que os comedores de lagostas que, neste verão cheio de presságios, mantêm um plantão pró-ladrão no STF para certificar-se de que nenhum dos que livrou das garras da lei voltará a cair nelas ou terá cassado o “direito adquirido” de assaltar o Brasil, baixe alguma inédita “decisão monocrática” a favor do favelão nacional.

É por isso, resumindo as manchetes dos últimos dias da semana passada das redações do macartismo caboclo invertido, hoje empenhadas mais que tudo em “iscar” Alexandre de Moraes contra colegas “antidemocráticos”, que o Brasil é cada vez mais o país onde ninguém (menos 4,69%) confia em ninguém, o mercado já sacou que o país real, a quem nenhum candidato dirige a palavra, está fora da eleição e do radar, tanto faz quem ganhe, e que exatamente por isso o nome desses juros que comem empregos e fabricam misérias é “salve-se quem puder” dos que não puderam emigrar.



E se alguém ainda tinha dúvidas sobre até onde essa gente está disposta a ir, aí estão os governadores "partidários da ciência", de cima dos seus recordes de arrecadação de 2021, o pior momento da longa história das misérias do favelão nacional, pinçando a medula que comanda todos os nervos da economia para aumentar mais um tanto os impostos ate sobre a inflação que fabricam e incide sobre os combustíveis.

Não! Dilma Roussef foi um ponto fora da curva. A “Primavera da Classe Média Meritocrática Brasileira” determinada pelo rompimento da censura pela magra camada ilustrada da população com acesso a uma internet cuja primeira infância transcorreu no breve hiato em que ela esteve livre da politicalha. O canto do cisne da meritocracia brasileira que agora enfrenta a fúria do revide reacionário de uma privilegiatura disposta a, do alto do "teto" que virou "laje" dos salários e aposentadorias públicas, dar a essa “gentinha” uma lição definitiva sobre de onde é mesmo que “emana todo poder”.



A doença do Brasil é a independência do pais (do banditismo) oficial do pais real. O resto é consequência. O divórcio é hoje completo e absoluto. No Brasil Real nem a polícia entra mais, por ordem expressa do monocrata Fachin. Que dirá candidato, emprego digno ou "política pública". A estatização do financiamento das campanhas fechou definitivamente a porta a qualquer sangue novo. Só o que troca gens no ambiente doentio do imbreading da politica nacional é o que tem passaporte partidário de podridão. A única “salvação”, pra quem tem estômago, é virar “concurseiro” e saltar para a nau dos exploradores…

Mas como esse probleminha é bobagem, nada a corrigir ou mesmo comentar a respeito: vamos de identidade de gênero e passaporte de vacina que é isso que garante o "estado democrático de direito".

Atravancado como é o Sistema pela geléia grudenta desse corporativismo mole que jamais se posta de frente para nada, tudo “acochambra” lateralmente nas adiposidades flácidas das “narrativas” e das “falhas processuais” que a infinitude do “transcurso em julgado” garantem, o que nos restará em outubro, na remotíssima hipótese de termos muita sorte, é eleger o candidato que faça o Brasil voltar a ser apenas constitucionalmente desonesto, antidemocrático e ingovernável como fazem dele as “instituições" selecionadas pelos monocratas para continuar "funcionando”, mas ainda mantenha viva uma chance de safar-nos dessa gosma em 2026 e além.

Em resumo, tudo pode piorar para todo o sempre. Mas melhorar, com certeza, é que não vai.

17 de janeiro de 2022
vespeiro

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