"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

MUITA CALMA NESSA HORA!

 

“Eu não disse que ele era golpista”?


É tipo briga de marido e mulher. Um dá 10 chutes nas partes baixas e quando o outro reage, sai gritando como se a explosão final tivesse saído do nada. Ou a fábula do lobo e do cordeiro, se preferirem uma metáfora mais clássica. Não interessa a altura do córrego em que cada um está, a mordida já está previamente decidida.

A rede social é a praça pública. Nela quem quiser diz o que quer. O problema dos delirantes de poder sempre foi controlar o que o povo diz na praça pública. Pecar por pensamentos, palavras … e obras, sendo as obras sempre as mais desculpadas. Releve-se, portanto, o que cada um enfia no bolso; quanto de fato nos rouba com a lei. O que importa é o que se diz, não o que se faz…

Tristes trópicos!

Um Supremo Tribunal Federal - veja como ribomba a titulagem se você disser as palavras com pompa e circunstância! - que tem medo de blogueiros é um tigre de papel. E o nosso agora acusa, “investiga” e julga ele mesmo, sem provocação nem sorteio. Cada “ofendido” age monocraticamente como lhe dá na veneta. Que Bolsonaro, O Tosco, cometa inconscientemente pecados contra a dignidade do cargo é de se esperar. Mas um ministro do STF, que vive exclusivamente disso, só com dolo…


Qual a definição de “fake news”? Onde isso está descrito na lei? A julgar pelos fatos “fake news”, para os zeladores da nossa constituição “cidadã” é “a critica que me atinge”. E, como sempre, elas atingem tanto mais quanto mais se aproximam da verdade. “Retuitar” é, quase sempre, declarar: “Veja isto, eu concordo”. Não tem nada a ver com dinheiro. Normalmente é o contrário. Operação que custa dinheiro é a da outra imprensa, a que reproduz, multiplica e dissemina com industria e com tecnologia, e que também tem lado. E como!

Agora o ataque é em pinça. Um para calar os “sem voz” já, antes que seja tarde, outro para aparelhar os próprios motores da mídia social, que é o que vai “dar certo” mais adiante. É a única manobra de eficácia possível, ao menos. Será - ou melhor, JA É - o “Foco nº 1” da guerra pelo poder mundo afora: ter, aberta ou veladamente, a “mão” que só as chinas da vida têm ao preço que os chineses pagam com sangue sobre a internet.

É isso o processo das “fake news” que sobrou dos diversos ensaios e erros tentados contra Bolsonaro. Agora é assim. Primeiro prende-se e arromba-se pra depois ver se acham alguma acusação contra o acusado. Não havendo, parte-se pra outra. O processo das “fake news” de hoje é a sobra do surto de alexandre moralidade que Jose Antonio Dias Toffoli sofreu meses atras contra a Revista Crusoé. Desde então o ego dele voltou à terra e ele se tem comportado como o conciliador que todo brasileiro decente tem de ser neste momento perigoso.


Retrato-me, a propósito, do julgamento apressado que fiz das ultimas atitudes de Celso de Mello. Nada favorece tanto esse tipo de erro quanto a rapidez da internet. É preciso resistir o mais possível ao canto de sereia do teclado disponível 24/7. Primeiro que não foi ele que pediu o telefone do presidente. Ele apenas passou adiante para quem de direito o pedido absurdo com que o tribunal, desta vez sim, “foi provocado”, sabendo que não iria adiante. O general Heleno atirou rápido demais e reacendeu a fogueira do “golpismo”. Também não havia alternativa senão liberar a exibição do filme da reunião ministerial na qual, como toda gente honesta, o decano do STF não viu nada do que não havia lá, mesmo tendo de fazer isso um dia depois da reunião pacificadora de Bolsonaro com os governadores. Era o único jeito de livrar-se do abacaxi.

Parece haver, portanto, uma fatia majoritária do STF que quer acabar com o jogo perigoso que está aí. O problema agora é como abaixar o fogo de Bolsonaro, este que sempre - e com a maior facilidade - sobe na hora errada, para felicidade da parcela mal intencionada da imprensa para a qual esta é a mais preciosa “munição viva”.

Bolsonaro não pode nem sonhar em “não atender determinações do Judiciário”. Esta seria “a ruptura”. E de rupturas por definição não ha volta. 

Está numa ilusão de noiva, portanto, o jovenzinho da família ou de fora dela que, na sua falta de estrada da vida, acha que Bolsonaro pode “fechar” a instituição que for impunemente "porque terá apoio do povo". Vira mais um Jânio Quadros no ato, só que com sangue. Essa seria, aliás, a única forma do judiciário golpista vencer a sua guerrinha particular.
29 de maio de 2020
Vespeiro

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