Não há “empoderamento” feminino em uma economia socialista
Há duas coisas que sempre andam de mãos dadas: a destruição da economia de mercado e a explosão da prostituição.
Cuba, com suas prostitutas com curso universitário, é um caso mundialmente conhecido — um fenômeno do qual o próprio Fidel Castro fazia graça.
Agora, as mulheres de outro país latino-americano estão também entrando para esta lamentável lista.
A Thomson Reuters divulgou a seguinte reportagem sobre a situação das mulheres na Venezuela.
Venezuelanas se prostituem para sobreviver em cidade fronteiriça na Colômbia
Cúcuta, Colômbia - Sentadas nos degraus de uma estátua e cercadas por motéis imundos, lanchonetes e bares, Andrea e Carolina dizem que deixaram a Venezuela para escapar da fome.
Elas agora vendem seus corpos para sustentar suas famílias.
"Se eu não fizer isso, eu e meus filhos não comemos. É simples assim", disse Andrea, de 26 anos, que chegou à Colômbia há quatro meses, deixando suas três crianças e sua mãe.
"O dinheiro que eu mando de volta é o que eles usam para sobreviver."
Para Carolina, de 30 anos, um bom dia de trabalho significa conseguir três clientes, o que representa cerca de 30 dólares. Um terço disso é gasto em um quarto de motel para levar os clientes, e também em preservativos, alimentos e aluguel em um quarto dividido com quatro outras mulheres.
"O que eu ganho aqui em um dia dura mais do que um mês para a minha família na Venezuela", disse a mãe de quatro crianças.
O socialismo, a destruição da moeda venezuelana e o desabastecimento generalizado criaram este descalabro.
A desvalorização e hiperinflação da moeda venezuelana, o Bolívar, significa que ela se tornou virtualmente inútil.
Carolina diz que o salário mínimo na Venezuela cobre apenas o custo de um kilograma de arroz ou um pacote de ovos. A situação estava tão ruim que ela finalmente decidiu pagar 9 dólares a uma gangue para fazer a travessia até a Colômbia através de um caminho ilegal.
Até recentemente, ela nunca havia imaginado que poderia acabar vendendo seu corpo na Colômbia.
"Eu não era prostituta na Venezuela. Eu tinha um emprego normal", disse Carolina que já trabalhou como recepcionista em uma empresa.
Seu país natal sofre os efeitos de uma crise econômica com severo desabastecimento de alimentos e remédios, situação descrita pela Organização dos Estados Americanos (OEA) como "crise humanitária".
Aproximadamente 672 mil venezuelanos cruzaram a fronteira para a vizinha Colômbia, tanto legalmente quanto ilegalmente, desde 2015, de acordo com as autoridades colombianas. [...] Aqueles que ficam em Cúcuta são os venezuelanos mais pobres. Sem passaporte e sem dinheiro para as passagens de ônibus, não há como ir para outras cidades da Colômbia, ou mesmo seguir os outros centenas de milhares de venezuelanos que foram para Brasil, Peru, Chile e Equador.
Para algumas mulheres, a prostituição é a última e mais desesperada opção.
Mas a coisa piora ainda mais.
Na praça Mercedes, em Cúcuta, várias venezuelanas imploram por qualquer coisa, carregando seus bebês nos braços, enquanto outras reviram o lixo e recorrem à bondade dos residentes locais e das sopas distribuídas gratuitamente pelas igrejas da região.
Ao redor, jovens venezuelanas vestindo calças apertadas e blusas decotadas — algumas não parecem nem ter 18 anos — se espalham pelos bancos enquanto a polícia patrulha a região.
Alguns homens transitam com cartazes com os dizeres: "Compramos cabelo".
As mulheres recebem de $10 a $40 dependendo do comprimento e da qualidade do cabelo.
Outras mulheres se prostituem nas esquinas em torno da rodoviária da cidade, ao lado de outros venezuelanos que dormem sobre papelões.
Segundo Jozef Merkx, chefe da Agência de Refugiados da ONU (UNHCR) na Colômbia, "Há muito sexo em busca de sobrevivência em certas áreas. E não são apenas mulheres. Homens, adolescentes e crianças também", disse ele à Thomson Reuters Foundation.
Venezuelanas tendem a cobrar menos que suas congêneres colombianas, as quais conseguem emprego nos bares da cidade. Já as adolescentes conseguem ganhar mais que as adultas.
"É muito triste ver isso, especialmente as mais jovens, de 13 e 14 anos", disse Carolina.
Já a perspectiva para aquele dia não era boa.
Na praça Mercedes, a noite está mais lenta que o normal.
"Vamos mandar menos dinheiro pra casa essa semana", diz Andrea.
De acordo com dados do final de 2017, nove em cada dez venezuelanos (87%) estavam abaixo da linha da pobreza. Para se ter uma ideia da rapidez da deterioração, essa cifra era de "apenas" 48% em 2014. A pobreza praticamente dobrou em apenas três anos.
Junto com a hiperinflação da moeda — que está levando a uma inflação de preços estimada em 10.000.000% (sim, 10 milhões por cento) para 2019 —, o governo decretou controle de preços e recorreu à estatização de fábricas e de lojas. Como consequência, a escassez e o desabastecimento se tornaram generalizados. Vai de papel higiênico a comida, passando por remédios, eletricidade e até mesmo água.
Como água e eletricidade se tornaram escassas, os hospitais não mais conseguem esterilizar os equipamentos e nem mesmo lavar as manchas de sangue das camas cirúrgicas. A mortalidade infantil disparou, pois as crianças nascidas sob tais condições insalubres e sem acesso a alimentos têm poucas chances de sobrevivência. Segundo dados divulgados pelo próprio governo, houve um aumento de 30% nos óbitos de crianças e um salto de pelo menos 65% nos falecimentos de gestantes em partos.
As cenas de crianças esqueléticas e bebês se desmanchando em ossos, em conjunto com famílias inteiras revirando latas de lixo nas ruas das cidades, completam o cenário de horror.
Tudo isso gerou a atual crise migratória. Uma entidade venezuelana garante que 4 milhões de venezuelanos já saíram do país.
As pobres se tornam iguais às ricas
A Colômbia, como descrito acima, é o principal destino das venezuelanas mais pobres, que se entregam ao mercado do sexo pago.
No entanto, a Colômbia também passou a ser o "local de trabalho" das venezuelanas mais ricas.
Segundo reportagem da Newsweek:
Em um bordel de 60 mulheres, 58 eram da Venezuela e apenas duas eram da Colômbia. Uma venezuelana, mãe de duas crianças, era empresária e bailarina em seu país natal. Segundo ela, "Eu imediatamente largaria isso se houvesse qualquer outra opção. Esse é um emprego vergonhoso para mim e para minhas filhas. Mas que opção eu tenho?"
Gabriel Sánchez, que opera um bordel repleto de venezuelanas em Arauca, Colômbia, disse ao jornal Miami Herald, "Temos aqui muitas professoras, algumas médicas, várias profissionais liberais e uma engenheira de petróleo. Todas elas apareceram aqui com seus diplomas na mão."
Com as prateleiras vazias na Venezuela, as mulheres que ficaram no país têm de ou esperar horas na fila para conseguir alguma farinha a preços controlados pelo governo ou se arriscar no mercado negro e pagar preços muito maiores.
No entanto, prostituir-se na Colômbia gerou uma terceira alternativa. A venezuelana Dayana disse ao Herald que consegue de US$ 50 a US$ 100 por noite como prostituta. "É um péssimo emprego, mas sou grata a ele, pois é a única coisa que está me possibilitando comprar comida para manter minha família viva".
E a reportagem prossegue:
Marili, uma avó de 47 anos, era professora na Venezuela. Segundo ela, houve uma época em que ela se sentiria completamente envergonhada se tivesse de recorrer à prostituição. Hoje, no entanto, ela diz que é grata por ter esse emprego, o qual lhe permite comprar remédios para a hipertensão de sua mãe que mora em Caracas.
"Somos todas apenas mulheres fazendo de tudo para sustentar nossas famílias", disse ela. "Eu me recuso a criticar qualquer uma, inclusive eu mesma. Todas temos de trabalhar."
Capitalismo, socialismo e as mulheres
Em uma economia de mercado, as mulheres são livres para escolher sua profissão de acordo com sua vocação. E são livres para utilizar o dinheiro que ganharem em sua profissão da maneira que mais lhe for conveniente, visando a aumentar seu conforto e seu padrão de vida. Elas podem trabalhar no que quiserem, e gastar seu dinheiro com o que quiserem.
Isso é liberdade. Isso é "empoderamento" feminino.
Já no socialismo, não há liberdade de escolha de profissões simplesmente porque nem sequer há profissões: o socialismo, por definição, aniquila todo o sistema de divisão do trabalho que surge naturalmente em uma economia de mercado.
Por não haver divisão do trabalho, não há economia de mercado. Não há formação de preços e nem profissões. Consequentemente, no socialismo, a mulher não pode — e não tem como — se dedicar àquilo que ela gosta. Não há como sobreviver trabalhando na profissão que mais lhe agrade.
Sem profissões e sem liberdade de escolha, as mulheres obrigatoriamente se tornam submissas. Elas são obrigadas a recorrer a qualquer atividade que retorne um mínimo possível para garantir sua sobrevivência. Mais especificamente, elas irão recorrer àquela atividade que sempre existirá em qualquer arranjo econômico, pois sua demanda sempre é garantida: o sexo pago.
Entretanto, no socialismo, não há muito o que ser adquirido com o dinheiro da prostituição. Em uma economia sem divisão do trabalho, não há produção; logo, escassezes e desabastecimentos contínuos são a norma. Consequentemente, tal profissão se torna duplamente degradante: além de a mulher ser obrigada a vender aquilo que possui de mais íntimo e sagrado para sobreviver, ela ainda assim não conseguirá nenhuma "emancipação" por meio desta profissão, pois ela pouco pode fazer com o dinheiro adquirido. Ela se prostitui, mas não alcança nenhuma "independência financeira" que lhe permita não mais depender de homens.
Há, porém, um consolo para os progressistas: no socialismo, todas as mulheres, ricas e pobres, se tornam iguais. A tão defendida "igualdade social" é plenamente alcançada.
Conclusão
O socialismo, este sim, pode ser considerado o mais efetivo arranjo anti-mulher e anti-empoderamento feminino já criado.
24 de fevereiro de 2019
Thiago Fonseca
Instituto Mises Brasil
Há duas coisas que sempre andam de mãos dadas: a destruição da economia de mercado e a explosão da prostituição.
Cuba, com suas prostitutas com curso universitário, é um caso mundialmente conhecido — um fenômeno do qual o próprio Fidel Castro fazia graça.
Agora, as mulheres de outro país latino-americano estão também entrando para esta lamentável lista.
A Thomson Reuters divulgou a seguinte reportagem sobre a situação das mulheres na Venezuela.
Venezuelanas se prostituem para sobreviver em cidade fronteiriça na Colômbia
Cúcuta, Colômbia - Sentadas nos degraus de uma estátua e cercadas por motéis imundos, lanchonetes e bares, Andrea e Carolina dizem que deixaram a Venezuela para escapar da fome.
Elas agora vendem seus corpos para sustentar suas famílias.
"Se eu não fizer isso, eu e meus filhos não comemos. É simples assim", disse Andrea, de 26 anos, que chegou à Colômbia há quatro meses, deixando suas três crianças e sua mãe.
"O dinheiro que eu mando de volta é o que eles usam para sobreviver."
Para Carolina, de 30 anos, um bom dia de trabalho significa conseguir três clientes, o que representa cerca de 30 dólares. Um terço disso é gasto em um quarto de motel para levar os clientes, e também em preservativos, alimentos e aluguel em um quarto dividido com quatro outras mulheres.
"O que eu ganho aqui em um dia dura mais do que um mês para a minha família na Venezuela", disse a mãe de quatro crianças.
O socialismo, a destruição da moeda venezuelana e o desabastecimento generalizado criaram este descalabro.
A desvalorização e hiperinflação da moeda venezuelana, o Bolívar, significa que ela se tornou virtualmente inútil.
Carolina diz que o salário mínimo na Venezuela cobre apenas o custo de um kilograma de arroz ou um pacote de ovos. A situação estava tão ruim que ela finalmente decidiu pagar 9 dólares a uma gangue para fazer a travessia até a Colômbia através de um caminho ilegal.
Até recentemente, ela nunca havia imaginado que poderia acabar vendendo seu corpo na Colômbia.
"Eu não era prostituta na Venezuela. Eu tinha um emprego normal", disse Carolina que já trabalhou como recepcionista em uma empresa.
Seu país natal sofre os efeitos de uma crise econômica com severo desabastecimento de alimentos e remédios, situação descrita pela Organização dos Estados Americanos (OEA) como "crise humanitária".
Aproximadamente 672 mil venezuelanos cruzaram a fronteira para a vizinha Colômbia, tanto legalmente quanto ilegalmente, desde 2015, de acordo com as autoridades colombianas. [...] Aqueles que ficam em Cúcuta são os venezuelanos mais pobres. Sem passaporte e sem dinheiro para as passagens de ônibus, não há como ir para outras cidades da Colômbia, ou mesmo seguir os outros centenas de milhares de venezuelanos que foram para Brasil, Peru, Chile e Equador.
Para algumas mulheres, a prostituição é a última e mais desesperada opção.
Mas a coisa piora ainda mais.
Na praça Mercedes, em Cúcuta, várias venezuelanas imploram por qualquer coisa, carregando seus bebês nos braços, enquanto outras reviram o lixo e recorrem à bondade dos residentes locais e das sopas distribuídas gratuitamente pelas igrejas da região.
Ao redor, jovens venezuelanas vestindo calças apertadas e blusas decotadas — algumas não parecem nem ter 18 anos — se espalham pelos bancos enquanto a polícia patrulha a região.
Alguns homens transitam com cartazes com os dizeres: "Compramos cabelo".
As mulheres recebem de $10 a $40 dependendo do comprimento e da qualidade do cabelo.
Outras mulheres se prostituem nas esquinas em torno da rodoviária da cidade, ao lado de outros venezuelanos que dormem sobre papelões.
Segundo Jozef Merkx, chefe da Agência de Refugiados da ONU (UNHCR) na Colômbia, "Há muito sexo em busca de sobrevivência em certas áreas. E não são apenas mulheres. Homens, adolescentes e crianças também", disse ele à Thomson Reuters Foundation.
Venezuelanas tendem a cobrar menos que suas congêneres colombianas, as quais conseguem emprego nos bares da cidade. Já as adolescentes conseguem ganhar mais que as adultas.
"É muito triste ver isso, especialmente as mais jovens, de 13 e 14 anos", disse Carolina.
Já a perspectiva para aquele dia não era boa.
Na praça Mercedes, a noite está mais lenta que o normal.
"Vamos mandar menos dinheiro pra casa essa semana", diz Andrea.
De acordo com dados do final de 2017, nove em cada dez venezuelanos (87%) estavam abaixo da linha da pobreza. Para se ter uma ideia da rapidez da deterioração, essa cifra era de "apenas" 48% em 2014. A pobreza praticamente dobrou em apenas três anos.
Junto com a hiperinflação da moeda — que está levando a uma inflação de preços estimada em 10.000.000% (sim, 10 milhões por cento) para 2019 —, o governo decretou controle de preços e recorreu à estatização de fábricas e de lojas. Como consequência, a escassez e o desabastecimento se tornaram generalizados. Vai de papel higiênico a comida, passando por remédios, eletricidade e até mesmo água.
Como água e eletricidade se tornaram escassas, os hospitais não mais conseguem esterilizar os equipamentos e nem mesmo lavar as manchas de sangue das camas cirúrgicas. A mortalidade infantil disparou, pois as crianças nascidas sob tais condições insalubres e sem acesso a alimentos têm poucas chances de sobrevivência. Segundo dados divulgados pelo próprio governo, houve um aumento de 30% nos óbitos de crianças e um salto de pelo menos 65% nos falecimentos de gestantes em partos.
As cenas de crianças esqueléticas e bebês se desmanchando em ossos, em conjunto com famílias inteiras revirando latas de lixo nas ruas das cidades, completam o cenário de horror.
Tudo isso gerou a atual crise migratória. Uma entidade venezuelana garante que 4 milhões de venezuelanos já saíram do país.
As pobres se tornam iguais às ricas
A Colômbia, como descrito acima, é o principal destino das venezuelanas mais pobres, que se entregam ao mercado do sexo pago.
No entanto, a Colômbia também passou a ser o "local de trabalho" das venezuelanas mais ricas.
Segundo reportagem da Newsweek:
Em um bordel de 60 mulheres, 58 eram da Venezuela e apenas duas eram da Colômbia. Uma venezuelana, mãe de duas crianças, era empresária e bailarina em seu país natal. Segundo ela, "Eu imediatamente largaria isso se houvesse qualquer outra opção. Esse é um emprego vergonhoso para mim e para minhas filhas. Mas que opção eu tenho?"
Gabriel Sánchez, que opera um bordel repleto de venezuelanas em Arauca, Colômbia, disse ao jornal Miami Herald, "Temos aqui muitas professoras, algumas médicas, várias profissionais liberais e uma engenheira de petróleo. Todas elas apareceram aqui com seus diplomas na mão."
Com as prateleiras vazias na Venezuela, as mulheres que ficaram no país têm de ou esperar horas na fila para conseguir alguma farinha a preços controlados pelo governo ou se arriscar no mercado negro e pagar preços muito maiores.
No entanto, prostituir-se na Colômbia gerou uma terceira alternativa. A venezuelana Dayana disse ao Herald que consegue de US$ 50 a US$ 100 por noite como prostituta. "É um péssimo emprego, mas sou grata a ele, pois é a única coisa que está me possibilitando comprar comida para manter minha família viva".
E a reportagem prossegue:
Marili, uma avó de 47 anos, era professora na Venezuela. Segundo ela, houve uma época em que ela se sentiria completamente envergonhada se tivesse de recorrer à prostituição. Hoje, no entanto, ela diz que é grata por ter esse emprego, o qual lhe permite comprar remédios para a hipertensão de sua mãe que mora em Caracas.
"Somos todas apenas mulheres fazendo de tudo para sustentar nossas famílias", disse ela. "Eu me recuso a criticar qualquer uma, inclusive eu mesma. Todas temos de trabalhar."
Capitalismo, socialismo e as mulheres
Em uma economia de mercado, as mulheres são livres para escolher sua profissão de acordo com sua vocação. E são livres para utilizar o dinheiro que ganharem em sua profissão da maneira que mais lhe for conveniente, visando a aumentar seu conforto e seu padrão de vida. Elas podem trabalhar no que quiserem, e gastar seu dinheiro com o que quiserem.
Isso é liberdade. Isso é "empoderamento" feminino.
Já no socialismo, não há liberdade de escolha de profissões simplesmente porque nem sequer há profissões: o socialismo, por definição, aniquila todo o sistema de divisão do trabalho que surge naturalmente em uma economia de mercado.
Por não haver divisão do trabalho, não há economia de mercado. Não há formação de preços e nem profissões. Consequentemente, no socialismo, a mulher não pode — e não tem como — se dedicar àquilo que ela gosta. Não há como sobreviver trabalhando na profissão que mais lhe agrade.
Sem profissões e sem liberdade de escolha, as mulheres obrigatoriamente se tornam submissas. Elas são obrigadas a recorrer a qualquer atividade que retorne um mínimo possível para garantir sua sobrevivência. Mais especificamente, elas irão recorrer àquela atividade que sempre existirá em qualquer arranjo econômico, pois sua demanda sempre é garantida: o sexo pago.
Entretanto, no socialismo, não há muito o que ser adquirido com o dinheiro da prostituição. Em uma economia sem divisão do trabalho, não há produção; logo, escassezes e desabastecimentos contínuos são a norma. Consequentemente, tal profissão se torna duplamente degradante: além de a mulher ser obrigada a vender aquilo que possui de mais íntimo e sagrado para sobreviver, ela ainda assim não conseguirá nenhuma "emancipação" por meio desta profissão, pois ela pouco pode fazer com o dinheiro adquirido. Ela se prostitui, mas não alcança nenhuma "independência financeira" que lhe permita não mais depender de homens.
Há, porém, um consolo para os progressistas: no socialismo, todas as mulheres, ricas e pobres, se tornam iguais. A tão defendida "igualdade social" é plenamente alcançada.
Conclusão
O socialismo, este sim, pode ser considerado o mais efetivo arranjo anti-mulher e anti-empoderamento feminino já criado.
24 de fevereiro de 2019
Thiago Fonseca
Instituto Mises Brasil
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