O presidente eleito, Jair Bolsonaro, escolheu o advogado e ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno como ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. Bebianno é um dos principais aliados de Bolsonaro e foi o responsável por negociar a filiação do eleito ao PSL. Ele é também o primeiro nome da legenda indicado para ocupar um ministério.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira, dia 21, em Brasília, após reunião de Bolsonaro com toda a equipe do governo de transição. Ficarão a cargo de Bebianno, a exemplo do modo como é hoje, a Secom (Secretaria de Comunicação), o PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) e a EPL (Empresa de Planejamento e Logística). “Ter participado de toda a campanha já foi um privilégio para mim e agora é uma honra receber mais essa responsabilidade, olhando e trabalhando para o Brasil”, disse o futuro chefe da Secretaria-Geral.
ANÚNCIO – Segundo ele, uma de suas principais atribuições será acompanhar o trabalho de todo o governo por meio da modernização do Estado. “Então o nosso interesse é que o contribuinte, pagador de impostos, e a população brasileira sejam bem atendidos em tudo aquilo que o governo tem a oferecer em termos de serviços e até produtos”, disse. A escolha de Bebianno foi anunciada pelo futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, após reunião no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde funciona o gabinete de transição.
“Foi um dos coordenadores da campanha presidencial. Um homem que está extremamente preparado e é de absoluta confiança do presidente da República para administrar essa importante pasta”, disse Onyx. Bebianno, cujo ministério abriga a Secom, disse que o futuro governo ainda não tem um nome definido para a secretaria. “Não. Alguns nomes estão sendo estudados. O filho do presidente, Carlos Bolsonaro, é uma pessoa que sempre esteve à frente dessa comunicação. Desenvolveu um trabalho brilhante”, disse, em referência a um dos filhos do eleito, responsável pela estratégia das redes sociais durante a campanha.
“E talvez, sem ele, a campanha não tivesse se desenvolvido tão bem. Aliás, é um trabalho que já se desenvolve há muitos anos, até bastante antes da pré-campanha. Então isso será discutido ainda com ele, com o presidente, e esse nome será encontrado”, disse.
Apesar dos elogios, ao longo da corrida presidencial, Bebianno foi criticado pelos filhos de Bolsonaro indiretamente pelas redes sociais.
Apesar dos elogios, ao longo da corrida presidencial, Bebianno foi criticado pelos filhos de Bolsonaro indiretamente pelas redes sociais.
NEGOCIAÇÃO – O futuro ministro disse que não há uma definição sobre se Carlos permanecerá em Brasília auxiliando o pai. Ele é vereador no Rio de Janeiro, mas está licenciado desde agosto do cargo. Bebianno se aproximou de Bolsonaro em 2017 e, em janeiro deste ano, assumiu a presidência do PSL. Ele foi um dos responsáveis por negociar a filiação do eleito à legenda, que antes negociava migrar para o PEN, hoje rebatizado de Patriota.
O advogado atuou como uma espécie de “faz-tudo” durante a campanha: controlou a arrecadação e os gastos, a definição de estratégias jurídicas, a agenda e até o contato com a imprensa.
Ele se apresentou a Bolsonaro como um fã, dizendo que sua motivação em apoiá-lo era seu nacionalismo. O advogado chegou a prometer que deixaria o Brasil caso Bolsonaro não fosse eleito.
Ele se apresentou a Bolsonaro como um fã, dizendo que sua motivação em apoiá-lo era seu nacionalismo. O advogado chegou a prometer que deixaria o Brasil caso Bolsonaro não fosse eleito.
Antes de se aproximar do presidenciável, Bebianno trabalhou em um dos maiores escritórios de advocacia do país, o de Sergio Bermudes, com sede no Rio de Janeiro. Bebianno é fluminense e morou a vida toda no bairro do Leblon, na Zona Sul do Rio, dedicando-se à advocacia e às lutas de jiu-jítsu.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bebianno levou praticamente dois anos para ganhar a confiança de Bolsonaro, a quem chama até hoje de “capitão”. Além dos filhos do presidente eleito, Bebianno foi um dos poucos a ser autorizado a permanecer na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, durante a recuperação de Bolsonaro. Na época, chegou a se mudar provisoriamente do Leblon para um hotel em São Paulo. A primeira tentativa de aproximação com Bolsonaro foi em 2015, quando Bebianno enviou um inbox pelo Facebook para Carlos Bolsonaro, o “02”, pedindo providências contra um decreto assinado, na época, por Dilma. Não teve retorno. Depois, em 2017, Bebianno se apresentou a Jair e se ofereceu como advogado voluntário para sua pré-campanha. A oferta não foi aceita de início. Bebianno, não desistiu. Cercou Bolsonaro em eventos e começou a “encantá-lo” enumerando problemas em sua defesa em casos no STF, sobretudo em relação ao caso envolvendo a deputada Maria do Rosário. Ganhou confiança e passou a participar das reuniões na casa da Barra da Tijuca. Daí pra frente, cresceu no conceito do ex-capitão, virou uma espécie de pau pra toda obra e fiel escudeiro. A “perseverança” rendeu frutos. Nomeado, provavelmente não dormirá pelos próximos dias tamanha a satisfação. (M.C.)
22 de novembro de 2018
Talita Fernandes e
Gabriela Sá Pessoa
Folha
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bebianno levou praticamente dois anos para ganhar a confiança de Bolsonaro, a quem chama até hoje de “capitão”. Além dos filhos do presidente eleito, Bebianno foi um dos poucos a ser autorizado a permanecer na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, durante a recuperação de Bolsonaro. Na época, chegou a se mudar provisoriamente do Leblon para um hotel em São Paulo. A primeira tentativa de aproximação com Bolsonaro foi em 2015, quando Bebianno enviou um inbox pelo Facebook para Carlos Bolsonaro, o “02”, pedindo providências contra um decreto assinado, na época, por Dilma. Não teve retorno. Depois, em 2017, Bebianno se apresentou a Jair e se ofereceu como advogado voluntário para sua pré-campanha. A oferta não foi aceita de início. Bebianno, não desistiu. Cercou Bolsonaro em eventos e começou a “encantá-lo” enumerando problemas em sua defesa em casos no STF, sobretudo em relação ao caso envolvendo a deputada Maria do Rosário. Ganhou confiança e passou a participar das reuniões na casa da Barra da Tijuca. Daí pra frente, cresceu no conceito do ex-capitão, virou uma espécie de pau pra toda obra e fiel escudeiro. A “perseverança” rendeu frutos. Nomeado, provavelmente não dormirá pelos próximos dias tamanha a satisfação. (M.C.)
Talita Fernandes e
Gabriela Sá Pessoa
Folha
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