"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

O SALDÃO E O ALCKMIN


ALIANÇA ENTRE CENTRÃO E ALCKMIN É PRAGMATISMO CONTRA LULA E BOLSONARO



Resultado de imagem para ALCKMIN NÃO DECOLA CHARGES

Charge do Idjota, Arquivo Google
De bobo os partidos que compõem o Centrão (PR, DEM, PP, PRB e Solidariedade) não têm nada. Por trás da aliança fechada com Geraldo Alckmin com vistas às eleições presidenciais, imperou o pragmatismo. Sem um candidato de centro forte, a maioria dos votos tenderia a migrar para dois candidatos que assustam os políticos: Jair Bolsonaro, do PSL, e Lula (ou aquele que ele vier a apoiar).
Todos os movimentos feitos até agora indicavam que Bolsonaro estaria no segundo turno da disputa com um candidato da esquerda: o escolhido por Lula ou, com menores chances, Ciro Gomes (PDT). Na visão dos velhos políticos, é difícil prever o que poderá ser um governo do representante do PSL ou de um petista. Então, segundo eles, o melhor é unir forças para barrar o que chamam de desastre.
MEDO DO CAPITÃO – No caso de Bolsonaro, os partidos do Centrão temem que o capitão reformado do Exército parta para cima de todos. Com o discurso de que combaterá a corrupção, que mandará prender os bandidos, tenderá a dar ainda mais poderes à Polícia Federal e ao Ministério Público. Seria uma espécie de caça “aos maus elementos da política”.
Com o candidato petista, até poderia haver algum diálogo se o escolhido fosse Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo. Mas todos lembram que o PT está com sangue nos olhos. Quer se vingar de todos aqueles que contribuíram para a derrocada da era petista, mesmo tendo participado de todo o esquema de corrupção.
ALCKMIN, O MANSO – Nesse contexto, Alckmin aparece como alternativa mais palatável. Ninguém espera dele uma perseguição implacável a políticos. Alckmin pode não atrapalhar a continuidade da Operação Lava-Jato, que todos querem acabar, inclusive Lula, mas também não deverá fazer muito esforço para reforçá-la.
A presença de Alckmin no Planalto é a melhor coisa para o Centrão. Continuará mandando em boa parte do governo, sem ameaças de um “cachorro louco”, como denominam Bolsonaro, ou de petistas enraivecidos. Resta saber se a aposta de DEM, PR, PP, PRB e Solidariedade dará certo. Por enquanto, o tucano é uma promessa que não decolou.

23 de julho de 2018
Vicente Nunes
Correio Braziliense

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