A escrita deste texto foi-nos suscitada pela publicação no ‘TORNADO’, na passada quinta-feira, de uma nota da Amnistia Internacional sobre o massacre dos ‘rohingya’. A intenção ficou reforçada ao vermos no ‘PÚBLICO’ de ontem uma fotografia, a toda a largura da primeira página, remetendo para um artigo sobre o mesmo tema nas páginas interiores.
A diplomacia e o receio de beliscar a religião budista a isso o terão obrigado. Queremos crer, no entanto, que muitos dos budistas birmaneses (porventura a maioria) estarão em oposição ao ‘desvio fundamentalista’ de que falamos mais adiante.
É por isso com alguma estranheza que constatamos não ter estreado em Portugal ‘Le Vénérable W.’ documentário de Barbet Schroeder que faz alguma luz sobre a origem desta situação. Exibido no Festival de Cannes/2017 pudémo-lo ver na SEMINCI/Valladolid no passado mês de Outubro.
Tanto quanto sabemos, teve no mesmo mês no DocLisboa, a única exibição no nosso país.
Barbet Schroeder |
Franco-suíco, nascido no Irão, Barbet Schroeder é homem com uma vasta carreira como actor, realizador (‘Barfly’, ‘Reveses da Fortuna’, ‘Jovem Procura Companheira’, ‘La Virgen de los Sicarios’, ‘Crimes Calculados’, …) mas também como produtor. No início dos anos 60 do século passado fundou ‘Les Filmes du Losange’ que nos legou muitos dos filmes de Éric Rohmer, mas também de Rivette e de Godard. Tem também feito algumas incursões no documentário. É desse registo a ‘Trilogia do Mal’ composta por ‘General Idi Amin Dada’ (1974), ‘O Advogado do Terror’ de 2007 (sobre o advogado Jacques Verger, defensor de criminosos de guerra, nazis, ditadores e terroristas) e agora este ‘Le Vénerable W.’
Uma nota final para a narração em ‘voz off’ em que encontramos o próprio Barbet Schroeder e as actrizes Bulle Ogier e… Maria de Medeiros.
18 de julho de 2018
m.americo
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