"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

TEMER USA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA PARA DAR INÍCIO À CAMPANHA DA SUA REELEIÇÃO (ESSA TAMBÉM É UMA GRANDE PIADA!!!)

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Jefferson é o “operador” da reeleição de Temer
A pretexto de superar as dificuldades à aprovação da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer está adotando uma estratégia de impressionante habilidade, para iniciar as articulações visando sua reeleição em 2018. O chefe do governo parte da premissa de que o chamado “centrão” precisará se manter unido nas eleições de 2018, para evitar que prevaleça a polarização entre o candidato da direita, Jair Bolsonaro, e o candidato da esquerda, que pode ser Lula, Fernando Haddad, Jaques Wagner ou Ciro Gomes, dependendo das circunstâncias de momento.
O núcleo duro do Planalto sabe que Lula está praticamente fora da disputa, o PT terá de traçar um Plano B para a corrida eleitoral e o quadro sucessório mudará completamente. É justamente esta perspectiva que anima o núcleo duro do Planalto e alimenta o sonho de reeleição de Temer, apesar de sua rejeição e de seu indefensável envolvimento com a corrupção política.
ESTRATÉGIA – O chamado núcleo duro do Planalto, formado por Temer, Eliseu Padilha e a cúpula das respectivas assessorias, escolheu uma estratégia adequada, que está usando a reforma da Previdência para manter unida a atual coalizão governista, que inclui uma série de partidos, como PR, PP, PSD, DEM, PRB, PV, PSC,  PTC, e Solidariedade, e o objetivo final é construir uma candidatura única nesse grupo de partidos – em chapa encabeçada por Temer, é claro.
Conforme adiantamos aqui na Tribuna da Internet há três meses, quando ninguém acreditava que Temer iria tentar a reeleição, o operador da estratégia é Roberto Jefferson, que se apressou em negociar a adesão do PTB, partido do qual é “dono” e presidente vitalício, digamos assim.
Rodrigo Maia, presidente da Câmara, é muito esperto e finge que vai apoiar Temer. No domingo, foi anfitrião do jantar com ministros, parlamentares e presidentes de partidos aliados. O tema era reforma da Previdência, com participação especial de Roberto Jefferson, que roubou a cena, como é de seu estilo, e deu início ao projeto palaciano da reeleição.
FALTA COMBINAR – No papel, o plano parece perfeito, mas falta combinar com os russos, como dizia Garrincha. Alguns partidos que estão hoje na base aliada pretendem disputar a sucessão. PSD e PSC, por exemplo, já têm até pré-candidatos definidos – Henrique Meirelles e Paulo Rabello de Castro, atual presidente do BNDES. Outras legendas menores podem seguir o exemplo do PTB, é só questão de preço, mas o DEM deve fazer coligação com algum candidato que tenha chance, vai depender das pesquisas.
Uma das prioridades do Planalto é fazer negócio com o ministro Gilberto Kassab para impedir a candidatura de Meirelles pelo PSD, mas acontece que esta será a campanha mais rica da sucessão e o partido não quer perder a chance, digo, o dinheiro. Meirelles corre por fora, como se diz no turfe, e sonha com o apoio do DEM, uma possibilidade que não está fora de cogitações.
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P.S. 1 – Roberto Jefferson é espertíssimo e vai se beneficiar do saco de bondades que Temer está abrindo para sair candidato.
P.S. 2 – E muita coisa já está acontecendo. Conforme ocorreu recentemente com João Doria, a candidatura de Jair Bolsonaro está sendo combatida e boicotada em várias frentes.  A vida do explosivo ex-capitão vem sendo vasculhada de trás para a frente. Mesmo assim, é um concorrente muito forte, mas precisa da candidatura de Lula para se contrapor e ir ao segundo turno.
P.S. 2 – Sem Lula na disputa, a corrida fica embolada, a candidatura de Ciro Gomes certamente ganha força e passa a ameaçar Bolsonaro. Até que ponto, ainda não se sabe. De toda forma, será uma eleição eletrizante. (C.N.)

07 de dezembro de 2017
Carlos Newton

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