Já me fizeram de trouxa várias vezes, e nunca me ofendi demasiado por isso, pois não me gabo de ser o mais esperto dos espertos. Mas, se um sujeito não tem outra arma na luta pela vida senão a astúcia, ser ludibriado é a mais humilhante das ofensas. Nenhuma ira se compara à do vigarista que cai na trama de outro vigarista. Isso explica noventa por cento do clamor de justiça que se ouve no Parlamento e na mídia.
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Bertolt Brecht, ele mesmo um vigarista que roubava as peças escritas pela sua própria esposa, perguntava, pela boca do assaltante Mac The Knife: “Qual a diferença entre ROUBAR um banco e TER um banco?” Eu sei a diferença. O banquinho do interior no qual tenho conta jamais me roubou. Só me ajudou. Não posso dizer o mesmo dos bancos megabilionários pertencentes à grande burguesia que adora Bertolt Brecht.
18 de novembro de 2017
Olavo de Carvalho
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