Com a chegada de Raquel Dodge à chefia da Procuradoria Geral da República (PGR), função exercida por Rodrigo Janot desde setembro de 2013, integrantes do meio jurídico entrevistados pelo G1 projetam mudanças na forma de conduzir a Operação Lava Jato, mas não acreditam em freio nas investigações de políticos e empresários.
Nesta segunda-feira (18), Dodge assume o posto e se tornará a primeira mulher a comandar o Ministério Público Federal. Na eleição da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) que escolheu a lista tríplice enviada a Michel Temer, ela figurou em segundo lugar. Ficou atrás de Nicolao Dino, candidato apoiado por Janot, mas foi indicada para o cargo pelo presidente, denunciado duas vezes pelo procurador-geral.
GRANDE DESAFIO – O G1 ouviu procuradores, advogados e magistrados que acompanham a Lava Jato ou conhecem o trabalho desenvolvido por Raquel Dodge desde 1987 no Ministério Público Federal (MPF). Eles acreditam que, nos próximos dois anos de gestão, a nova procuradora-geral deve ser dura ao negociar delações e ter postura mais discreta na comparação com Janot.
“Conheço Janot e Raquel. Os dois são rigorosos, mas cada um ao seu estilo. Janot não retrocedeu com a Lava Jato quando ela [a operação] chegou à classe política. Raquel tem o desafio de manter o trabalho”, analisa o ministro aposentado do STJ Fernando Gonçalves.
“Ela fará tudo o que tem de ser feito sem estardalhaços. O MP deve fazer, não deve falar que vai fazer”, diz Roberto Gurgel, ex-procurador-geral da República.
FORO PRIVILEGIADO – À frente do MPF, Raquel Dodge terá influência mais direta nos casos derivados da Lava Jato que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que envolvem autoridades com o chamado foro privilegiado, como governadores, deputados federais, senadores e o presidente da República. Desdobramentos da nova denúncia contra Temer passarão pela nova gestão.
Na bolsa de apostas sobre o futuro da Lava Jato, quem teve contato com o trabalho de Raquel Dodge aposta que ela tende a ser mais sóbria na redação dos pedidos levados aos tribunais superiores. Deve dosar adjetivos na escrita e na fala. Janot não era afeito a entrevistas, porém gostava de frases de efeito em palestras, como “enquanto houver bambu, lá vai flecha”.
“Ela fará tudo o que tem de ser feito sem estardalhaços. O MP deve fazer, não deve falar que vai fazer”, diz o ex-procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que antecedeu Janot no cargo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A reportagem é bem mais longa, especulando sobre o que Raquel Dodge irá fazer, como se alguma coisa pudesse mudar na Procuradoria. Já explicamos aqui na “Tribuna da Internet” que nada muda, porque o cargo de procurador-geral é apenas representativo. Quem faz as investigações e os pareceres é a equipe. O procurador-geral recebe os textos prontos e não se atreve a manipulá-los, salvo se incorrerem em erros flagrantes. A imprensa faz muito folclore ao ficar especulando se vai mudar isso ou aquilo. Chega a ser tedioso e enfadante. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A reportagem é bem mais longa, especulando sobre o que Raquel Dodge irá fazer, como se alguma coisa pudesse mudar na Procuradoria. Já explicamos aqui na “Tribuna da Internet” que nada muda, porque o cargo de procurador-geral é apenas representativo. Quem faz as investigações e os pareceres é a equipe. O procurador-geral recebe os textos prontos e não se atreve a manipulá-los, salvo se incorrerem em erros flagrantes. A imprensa faz muito folclore ao ficar especulando se vai mudar isso ou aquilo. Chega a ser tedioso e enfadante. (C.N.)
18 de setembro de 2017
Guilherme MazuiG1, Brasília
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