"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

RENAN FRACASSA NA CRISE DO GOVERNO DO FILHO COM BASE NA ASSEMBLÉIA

APÓS ENCENAÇÃO, RENAN FILHO APELA, LÍDER RETORNA, MAS NÃO ATUA
ESFORÇO PARA REUNIR ALIADOS TEM SIDO EM VÃO, DIANTE DE DESGASTE DA LAVA JATO E DA FALTA DE HABILIDADE POLÍTICA DE RENAN FILHO (FOTO: DIVULGAÇÃO)

A ausência de deputados estaduais nas agendas públicas do Governo de Alagoas, demonstra que segue cada vez mais fria a relação do governador Renan Filho (PMDB) com sua base de apoio na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas (ALE). O distanciamento político está diretamente ligado ao fracasso do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), na sua tentativa de cumprir a promessa de intervir no governo do filho, para contornar os reflexos de seu próprio enfraquecimento político nas bases eleitorais da ALE e no próprio PMDB.

Enquanto Renan posa de especialista em crise, apontando saídas para os problemas resultantes das suspeitas contra o presidente Michel Temer (PMDB), nada avançou significativamente em sua própria base, passados mais de dois meses e meio da encenada intervenção pública do senador junto a 11 parlamentares do PMDB.
DESINTERESSE IMPEDIU RENAN FILHO DE MUDAR LÍDER RONALDO MEDEIROS

Pelo contrário, Renan Filho e seu pai foram abandonados pelos aliados, e o governador teve que fazer diversos apelos para manter como líder governista o deputado Ronaldo Medeiros (PMDB), o único parlamentar que suportou a primeira metade do governo cumprindo, determinações de tratorar e tratar com indiferença a base governista, em nome dos interesses do governador.

Mas apesar de Ronaldo Medeiros ter aceitado reassumir a liderança do governo, o parlamentar não está disposto a encarar o mesmo desgaste.

“A relação da base com o governo está parada. O deputado Ronaldo ficou [na liderança], após vários pedidos do governador. Mas não está agindo como antes. O que der, deu. O Palácio tem que fazer a parte dele, na relação com a base. O líder não vai mais para o desgaste”, disse um deputado do PMDB, que pediu para não ser identificado na matéria.

PERDA DE PODER

Sem os holofotes da cadeira de presidente do Senado, Renan passou a aproveitar as agendas do governo do filho, para atrair lideranças e a própria base da Assembleia para os eventos do Filho. Mas a abertura de novos inquéritos contra ambos, por determinação do ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin, no Supremo Tribunal Federal (STF), ampliou o desgaste do senador alagoano e, consequentemente, de seu filho.


RENAN NÃO REUNIFICOU BASE DO FILHO (FOTO: JONATHAS MARESIA/GAZETAWEB)

Incapaz de contornar o abismo político escavado entre o Governo de Alagoas e suas bases, o governador teve, por exemplo, a presença de um só deputado, Sérgio Toledo (PSC), quando autorizou obra de acesso ao município de Marechal Deodoro, a apenas 28 km da capital, na terça-feira (23). No dia anterior, o presidente da Assembleia, Luiz Dantas (PMDB) também foi o único aliado presente a outra ordem de serviço de estradas em Igreja Nova, a 113 km da capital.

Em 6 de fevereiro deste ano, o senador Renan articulou e realizou um encontro ao que chamou de “terapia”, com o suposto objetivo de “melhorar a relação” dos deputados com Renan Filho. Mas a reunião na sede do PMDB, com a presença de deputados peemedebista e do governador serviu apenas para conter o noticiário de que o ministro do Turismo Marx Beltrão sairá do PMDB para disputar poder disputar o Senado, contra a reeleição de Renan.

No encontro, a tentativa de demonstrar força teve direito a divulgação de uma lista de 30 supostos candidatos à Assembleia Legislativa em 2018, pelo PMDB, revelando o temor de Renan pelo já previsto esvaziamento do PMDB, em abril do ano que vem, com a revoada programada de mais da metade de parlamentares peemedebistas.

O Diário do Poder quis saber de um deputado do PMDB se foi cumprida a promessa feita pelo senador Renan, na ocasião, de fazer a ponte para unir o governador e a sua base, solucionando entraves políticos. A resposta: “Nadinha. Só blá-blá-blá”.


24 de maio de 2017
diário do poder

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