"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de março de 2017

A FARSA DA LIVRE COMPETIÇÃO


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Charge sem autoria (Arquivo Google)
Tome-se um pimpolho bem alimentado, bem vestido e feliz, que vai à escola particular, tem direito a festa de aniversário todo ano, é levado à Disney, e, acima de tudo, recebe o amor dos pais. Coloque-se ao lado dele um desses meninos de rua, maltrapilho, que não sabe quem foi o pai ou onde está a mãe, com os dentes podres sem nunca ter ido ao dentista e obrigado a buscar alimentação na lata do lixo.
Vamos promover uma corrida entre eles, colocando-os lado a lado e dizendo que ganha quem chegar primeiro no próximo quarteirão.
Sem tirar nem pôr, esse é o modelo econômico que nos assola, da livre competição entre quantidades e valores desiguais. Dá no mesmo quando os meninos crescem e a diferença entre eles se amplia. Mesmo se não ceder à tentação do crime e da marginalidade, um vai continuar enfrentando o desemprego, passando fome e recebendo, no máximo, o vergonhoso salário mínimo. O outro progride, torna-se empresário, especula na bolsa, aumenta seu patrimônio e torna-se dirigente político, mesmo se aceitando que não recebe propinas nem se torna cliente da operação Lava Jato.
PARA O BREJO – Para onde vamos? Para o brejo, atrás ou na frente da vaca. De pouco adianta fornecer a um dos menininhos escola gratuita, uniforme, merenda e transporte. Ou, depois de crescido, bolsa-família, luz para todos e “minha casa, minha vida”. É falsa a alegação de que todos tiveram as mesmas oportunidades de progredir. Turva-se a visão da sociedade com essa farsa que serve apenas para entupir consciências e manter o modelo cruel em funcionamento.
Basta atentar para o conteúdo das reformas propostas pelo governo para promover a justiça social, da previdenciária à trabalhista e à tributária. Nenhuma delas irá melhorar a vida das massas. Todas beneficiam as elites.
A “livre competição” está em marcha, enganando os ingênuos e satisfazendo os vigaristas.

14 de março de 2017
Carlos Chagas

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